Ferro defende aproximação Brasil/Irã e contesta criticas da oposição e da mídia

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O líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), defendeu hoje (4) a aproximação Brasil/Irã e criticou a oposição e setores da mídia brasileira por tentarem desmoralizar a iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de encaminhar ao governo daquele país um apelo em favor da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani.

Ela foi condenada à morte por apedrejamento por ter cometido adultério, ferindo regras do Alcorão.

” Lamentamos essa retórica agressiva de parte da mídia de tentar, de forma jocosa e agressiva, desmoralizar essa iniciativa (de Lula)”, disse Ferro. ” É uma atitude irresponsável, sabemos que esse discurso revela um comportamento omisso em relação a outras violências ocorridas no passado”.

Ferro citou nominalmente o ex-cineasta e comentarista da TV Globo Arnaldo Jabor. O líder disse não se lembrar de nenhum a crítica de Jabor ao então presidente Fernando Henrique Cardoso quando este condecorou o ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, com a Ordem do Mérito Nacional, bem como o ex-presidente argentino Carlos Menem. Ambos foram condenados depois como delinquentes políticos. “Na época, não vi nenhuma afobação desses críticos em defesa da democracia”, comentou Ferro.

ELEITOREIRO – Para Ferro, as agressões a Lula por causa da aproximação do País com o Irã são gratuitas, eleitoreiras e desqualificadas. Ele disse estranhar o comportamento de grupos midiáticos que hoje defende democracia em países como o Irão mas apoiaram a ditadura no Brasil.

O líder petista observou que o Brasil do governo Lula tem uma política de aproximação com todo o Oriente Médio, de olho em parcerias econômicas e comerciais. Desde 2003, o comércio com o Irã, por exemplo, cresceu de US$ 2 bilhões para US$ 9 bilhões, nos dois sentidos. “O Irã não é um país qualquer, mas a 16ª economia e a terceira maior reserva de petróleo do mundo”, disse.

ONU – Ele defendeu o acordo intermediado por Brasil e Turquia para encontrar uma solução à pendência entre o Irã e Estados Unidos por causa do programa nuclear iraniano, iniciativa criticada pela oposição brasileira. O acordo foi elogiado até pelo próprio Mohamed ElBaradei, ex-Diretor da Agência Internacional de Energia Nuclear e uma das maiores autoridades no assunto. Ferro assinalou que acordo observou resoluções do Conselho de Segurança da ONU e também orientações expressas do presidente dos Estados Unidos.

“Portanto, Brasil e Turquia apenas praticaram uma atitude corajosa de diplomacia, para os países que historicamente se acham no direito de fazer guerra ou paz e que, de repente, foram atropelados por iniciativa diplomática reconhecida como inteligente e positiva para a paz naquela região”, disse o líder.

Ferro lembrou que, quando contava com a simpatia americana, o programa nuclear do Irã foi intensificado, com investimentos maciços dos EUA e da então Comunidade Europeia. “Hoje existem ojeriza e forte reação a esse tipo de programa no Irã, porque o país saiu da alçada do controle e dos interesses diplomáticos, militares e políticos dos EUA”, observou.

A aproximação do Brasil com o Irã insere-se na estratégia do governo Lula de ampliar suas parcerias. “Temos uma diplomacia independente, corajosa e inteligente, em defesa de nossos interesses”.

Para o líder do PT, as recorrentes críticas da oposição brasileira e de setores da mídia nacional decorrem de “ciumeira, submissão aos interesses da diplomacia dos EUA e incapacidade de compreender o momento exemplar que o Brasil vive de reconhecimento das nações, pelo respeito que adquirimos no Governo do Presidente Lula. São críticas desqualificadas, que não fazem jus ao crescimento e ao respeito que o Brasil tem na comunidade internacional” .

Equipe Informes

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