O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer aproveitar a ida à posse do novo presidente da Colômbia, Juan Manoel Santos, no próximo sábado (7), para reforçar que o Brasil pode ser o canal de diálogo para o fim do impasse entre colombianos e venezuelanos. Os dois países romperam relações diplomáticas após a Colômbia voltar a acusar a Venezuela de manter em seu território guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O porta-voz da presidência da República, Marcelo Baumbach, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil tem procurado contribuir para a “reaproximação” da Colômbia com seus vizinhos, sobretudo, no âmbito da União de Países Sul-Americanos (Unasul). “A presença de Lula na posse de Juan Manoel Santos constitui gesto claro de interesse brasileiro de intensificar as relações bilaterais, tanto política quanto comercialmente, e também será oportunidade para mostrar que o Brasil pode ser um canal de diálogo entre os países da região, uma vez que tem com todos eles excelente relacionamento”, disse o porta-voz.
De acordo com Baumbach, Lula não pretende levar uma proposta formal para selar a paz entre a Venezuela e a Colômbia por entender que a solução do impasse entre depende, exclusivamente, dos dois países. “O presidente está disposto a ajudar no diálogo, colocou-se à disposição desde o início, mas não cabe ao Brasil levar uma proposta porque esse assunto depende da iniciativa das partes e depende das soluções que sejam encontradas pelas partes. O que o presidente Lula se propõe a fazer é servir de um ponto de fomento entre as partes”, argumentou.
Na avaliação do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), “se o Brasil não entrar (na negociação) quem entrará? Os Estados Unidos, que têm grande ascensão sobre a Colômbia”, disse. Ele destacou que é importante a presença de Lula na posse de Juan Manoel Santos e é igualmente importante que Lula demonstre o desejo de mediar a negociação. “O presidente Lula tem como fazer isso, porque o Brasil foi um dos países mais estimulou a criação da Unasul (União das Nações Sul-Americanas). Cabe à Unasul um papel importante nesse processo, o que não impede, por exemplo, que Lula seja o principal negociador”, disse.
Antes de ir à Colômbia, Lula vai à Venezuela, na sexta-feira (6), onde terá encontro com o presidente Hugo Chávez. Na ocasião, serão analisados os resultados dos investimentos da Caixa Econômica Federal (CEF) em habitação e inclusão bancária em território venezuelano e será inaugurado o escritório do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea). Também deve ser inaugurado o primeiro ponto de correspondência bancária na comunidade de La Viega, uma parceira entre a CEF e bancos da Venezuela. Lula e Chávez ainda devem assinar acordos bilaterais sobre regime especial de fronteira, para desenvolvimento de transporte turístico rodoviária, entre outros.
Equipe Informes, com agências