A redução da jornada de trabalho foi o tema da comissão geral que reuniu ontem representantes do trabalhadores, empresas, sindicalistas e parlamentares no plenário da Câmara. Vaccarezza avaliou que, além de permitir a distribuição dos ganhos de produtividade dos últimos anos, a redução da jornada vai permitir que o trabalhador possa se qualificar ou dedicar mais tempo à família.
Durante o debate, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, defendeu a importância da redução da jornada sem corte de salários para gerar mais empregos e dividir com os trabalhadores o crescimento da produtividade e do patrimônio das empresas acumulado nos últimos anos. “O resultado das mil maiores empresas do Brasil aponta para uma rentabilidade da ordem de 13,9% e o aumento da receita da ordem de 18,4%. Pergunto: não é possível incorporar 1,99% de custo na folha de pagamento de quem teve esse lucro, essa rentabilidade e esse aumento do patrimônio?”, questionou o sindicalista.
Já o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, denunciou que defendeu a redução imediata da jornada e destacou que os comerciários trabalham, atualmente, até 54 horas por semana. O sindicalista lembrou que as mulheres são maioria nessa categoria. “Como elas podem cumprir esta jornada e cuidar da família, cuidar do futuro do Brasil?”, questionou.
Na avaliação do deputado Vicentinho (PT-SP), que relatou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da redução da jornada de trabalho na comissão especial, parte do empresariado não tem visão social. “As empresas sabem que estão ganhando com mão-de-obra e sabem que vão ganhar com o benefício da redução de jornada, porque um trabalhador que trabalha feliz trabalha melhor”, disse. O deputado destacou que muitas empresas já adotam as 40 horas semanais como jornada. Entre elas, montadoras de automóveis e o setor de autopeças. “Recentemente fechamos também acordo com a indústria farmacêutica para a redução de jornada para 40 horas. Estamos avançando e confiamos na votação da proposta este ano”, disse.
Equipe Informes