CDES aponta educação e combate às desigualdades como estratégicos para país

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O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) apresentou nesta quinta-feira (17) o documento “Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento”, com propostas para assegurar a continuidade do ritmo sustentado de crescimento da economia brasileira ao longo dos próximos anos.

De acordo com o texto, hoje, com os avanços sociais, a geração de 10 milhões de empregos formais e o Produto Interno Bruto (PIB) em acentuado ritmo de expansão – a projeção para 2010 é de 6,5% -, é consenso entre os conselheiros que o Brasil mudou para melhor. “O Brasil atingiu um novo modelo de desenvolvimento a partir de novos preceitos e esta agenda apresenta para o país formas de tratar as divergências”, resumiu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no evento.

A agenda foi montada a partir de discussões, debates, oficinas e entrevistas com os membros do CDES, que apontaram a educação e o combate às desigualdades como objetivos centrais da estratégia de desenvolvimento prevista no documento.

Sobre a atual conjuntura do Brasil, o documento considera que o país “finalmente se liberta de quase três décadas de semi-estagnação decorrentes da adoção de estratégia econômica baseada na visão neoliberal. Práticas como a desregulamentação dos mercados, abertura comercial e financeira indiscriminada, redução do tamanho e papel do Estado foram implantadas em diferentes países e utilizadas como condição para concessão de créditos por instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)”, afirmou.

Prioridades – Entre os principais pontos da agenda,estão: educação como o tema central da nova agenda do país; discussão sobre o “Estado necessário” sem entrar na questão se deve ser mínimo ou máximo; importância da renovação e inovação tecnológica; potencial da agricultura; papel da infraestrutura para o desenvolvimento do país; sustentabilidade ambiental e consolidação e ampliação de políticas sociais.

Segundo o texto, a crise financeira e econômica internacional que explodiu em 2008 abriu caminho para a construção de um modelo que representa nas economias emergentes uma ruptura com o modelo hegemônico. No plano internacional, defende o documento, a crise ainda não desapareceu e a conjuntura externa ainda é instável.

O CDES defende a necessidade de se evitar movimentos especulativos no mercado financeiro e de commodities, atuando no estabelecimento de um marco regulatório adequado; aperfeiçoar a política cambial e de juros para evitar a valorização excessiva do Real, e minimizar os prejuízos dos exportadores. Além disso, considera importante incentivar empresas brasileiras exportadoras, investir em infraestrutura e logística para reduzir os custos de produção e facilitar o comércio exterior, além de supervisionar movimentos de capital externo especulativo e incentivar ingressos de investimentos voltados para o setor produtivo.

Para o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) a agenda divulgada nesta quinta-feira toca em temas essenciais. Ele avaliou que a grande questão colocada hoje é como será o futuro em 30 ou 40 anos e de que forma o desenvolvimento do Brasil estará inserido nesse contexto. “As questões da alimentação e da educação são cruciais. Temos de investir em ciência e tecnologia no campo e no ensino fundamental, universitário e em escolas técnicas, de modo a pensar em investimentos na indústria naval e em petroquímica. Esses investimentos serão o celeiro para uma grande geração de empregos”, afirmou.

Na avaliação do deputado Jilmar Tatto (PT-SP), as prioridades apontadas pela agenda de desenvolvimento comprovam que o Brasil realmente avançou “e está discutindo hoje estratégias de longo prazo”. “O Brasil deu um salto de qualidade. Hoje se planeja investimentos em setores que nunca até então tinham tido tanta visibilidade, como a área de ciência e tecnologia. Isso mostra que o país está no rumo correto e já evoluiu no desenvolvimento com distribuição de renda e na luta contra a inflação”, disse.

Equipe Informes, com agências

 

 

 

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