O “Pibão” do Brasil – Pedro Wilson Guimarães

pwilson_artigo_thumb“Os argumentos que dei pifaram
E as previsões que lancei falharam”
Antonio Carlos e Jocafi
Música: Teimosa
É possível afirmar, sem medo de ser feliz, que o Brasil atravessa um momento exuberante. A economia brasileira cresceu 9% só neste primeiro trimestre, superando até mesmo a expectativa de ministros e especialistas de economia. É claro que o resultado faz parte de um conjunto de medidas de políticas monetárias bem sucedidas e que elenca uma série de fatores que refletem as prioridades assumidas pelo Governo Lula. Nada é por acaso; o IBGE aponta, por exemplo, um crescimento de 14,6% da indústria, seguida pelo setor de serviços, com 5,9%, e pela agropecuária, com 5,1% e que ainda nos traz a notícia de outra safra recorde de grãos. Este é também o resultado de uma política que combina valorização do salário mínimo e medidas compensatórias de inclusão social como os programas Bolsa Família, Prouni e Minha Casa, Minha Vida. Como diria o presidente Lula: o Brasil merecia e precisava disso. Só para se ter uma ideia, na comparação internacional, apenas a China teve um crescimento dessa magnitude.

A imprensa brasileira, inclusive órgãos da grande mídia, se renderam, nessa semana, aos fatos com a publicação de artigos e manchetes que definiram o crescimento e até classificaram o Brasil como “gigante”. Na Câmara dos Deputados, pedimos a transcrição de alguns desses artigos. A jornalista Maria Inês Nassif, do periódico Valor Econômico, assumiu categoricamente que esta é “uma situação boa demais para o governo”, argumentando que a geração de brasileiros que eram adultos no final da ditadura militar (1964-85), entre os quais o próprio presidente Lula, o ex-presidente FHC e os candidatos Dilma Rousseff, Marina Silva e Serra, nunca presenciou um momento como este e dificilmente viverá outro igual, afirmando que não haverá tempo para isso e classificando o crescimento econômico como “único da história do País”.

Cientistas políticos, como o professor Ricardo Guedes Ferreira Pinto, da Universidade Federal de Minas Gerais, e Samuel Pinheiro Guimarães também destacam a eficiência e o sucesso do governo brasileiro, que surpreendeu até mesmo nossos ministros da área econômica, levando o ministro Paulo Bernardo, em um gesto de euforia a sentenciar: Foi um pibão. O Brasil é um país continental. Se fizermos três listas de nações segundo o território, a população e o PIB, somente três países estarão entre os dez de cada uma dessas listas: os Estados Unidos, a China e a Índia. É com esses países que o Brasil precisa ser comparado, além de Rússia, Alemanha e França. Nossa imprensa precisa perder um pouco esse “complexo de vira-latas”, expressão que o dramaturgo Nelson Rodrigues usava para definir o desempenho de nossa seleção em disputas da Copa do Mundo.

Quando, nesse domingo, o Partido dos Trabalhadores estiver oficializando, em Brasília, o nome da companheira Dilma Rousseff como candidata à Presidência da República, a militância terá muito o que comemorar, muito do que se orgulhar. O crescimento do PIB reflete um conjunto de fatores, e será inevitável a comparação com o governo dos tucanos FHC e Serra. Em artigo publicado pela revista Em Debate, da UFMG, o professor Ricardo Guedes aponta alguns deles que se refletem publicamente nas últimas pesquisas de opinião. Em sua análise sobre as eleições presidenciais de 2010 – “Ruptura ou consolidação do pacto social” -, lembra que desde 2002, último ano do Governo FHC, as reservas internacionais pularam de US$ 35 bilhões para US$ 240 bilhões, e o PIB saiu de um patamar de US$ 500 bilhões para US$ 1,5 trilhão – e isso é realmente um pibão acumulado. Nada menos que 30 milhões de brasileiros das camadas mais empobrecidas ascenderam à classe média. E isso é fruto das políticas públicas de inclusão social do Governo Lula e do PT de Dilma. Com base nesses dados, o pesquisador mineiro destaca pesquisa do Instituto Sensus: 57% dos brasileiros creditam a melhoria de sua qualidade de vida a Lula e apenas 17% a FHC.

De fato, as últimas pesquisas dos diversos institutos mostram um crescimento também exuberante da ex-ministra Dilma que, na mais modesta comparação está empatada tecnicamente com nosso adversário, o que quer dizer que o povo começa a definir que prefere a continuação de um projeto de Brasil que cresce com sustentabilidade, geração de emprego e distribuição de renda. Esse é o diferencial entre o nosso projeto e o outro neoliberal e privativista que levou o País a uma descapitalização e descrédito internacional. Hoje o Brasil participa das grandes decisões mundiais, e o Presidente Lula é respeitado por líderes como Barak Obama, Rainha Elizabeth e outros. É possível afirmar que Lula será o grande eleitor de 2010. Com uma popularidade de 83,7% – e que chega a atingir até 92% em alguns estados do nordeste – e destes 73% estão satisfeitos com a qualidade de vida que levam. O PT é o partido mais popular do País, com 29% da preferência dos eleitores, longe de nossos principais adversários, DEM e PSDB, que possuem 1 e 6%, respectivamente.

É nesse clima de otimismo que queremos apresentar a ex-ministra Dilma Rousseff, das Minas e Energia e da Casa Civil, dos programas sociais como Luz para todos, Minha Casa, Minha vida, a “Mãe do PAC”, batizada pelo Presidente Lula, em uma festa de confraternização que reunirá militantes históricos, delegados, convidados, gente de partidos aliados numa grande mobilização de objetivos comuns para o Brasil gigante, que cresce cada vez mais e caminha firmemente para se tornar uma potência mundial deste século e para o futuro. É preciso atender as demandas da sociedade brasileira com políticas de distribuição de renda mais vigorosas e sistema econômico e social moderno e forte.

Pedro Wilson Guimarães é deputado federal (PT-GO), ex-prefeito de Goiânia, professor da Universidade Federal de Goiás e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, onde também foi reitor (1985/88)

 

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