O deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) afirmou nesta segunda-feira (17) que a palavra “desconfiança” traduz a medida adotada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que decidiu se reunir com todos os líderes dos países que integram os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, menos com o ilegítimo presidente brasileiro, Michel Temer. Entender qual o novo direcionamento do Brasil em relação ao bloco foi a justificativa usada para a exclusão do governante brasileiro do encontro. A informação foi divulgada pela emissora russa RT.
“Esta é uma atitude de desconfiança do bloco em relação à intenção do governo de Michel Temer de tirar o Brasil desse alinhamento e fazer o País voltar à posição subserviente e automática de alinhamento aos EUA. Esse é um dos objetivos do golpe”, disse Pellegrino, que lembrou que o surgimento dos Brics foi o primeiro contraponto que ocorreu nos séculos XX e XXI, para combater a hegemonia dos EUA e da Europa enquanto blocos econômicos.
Pellegrino destacou o protagonismo brasileiro na construção dos Brics e avaliou que a participação do Brasil nesse grupo foi uma política acertada do governo do ex-presidente Lula e que teve prosseguimento na gestão da presidenta Dilma.
“Acho que o presidente Temer deveria tomar isso como um alerta, como um equívoco dessa política que ele está adotando, de afastar o Brasil de um bloco tão importante como os Brics”, salientou Pellegrino. “Espero que o Brasil não se afaste dos Brics e siga nessa política. É um equívoco abandoná-la”, reafirmou.
Reunidos em Goa, na Índia, no fim de semana, os líderes dos Brics debateram, entre outros pontos, a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a implantação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) ou o Banco dos Brics, criado no ano passado. A ideia da cúpula é a de que a nova instituição financeira atue em programas de infraestrutura e dê suporte aos países-membros no atual período de desaceleração da economia mundial.
Jantar – O presidente russo manteve conversa com o golpista Temer durante um jantar da cúpula que aconteceu no sábado (15). O assunto girou em torno das mudanças econômicas e da PEC 241 que congela recursos para as áreas de educação e saúde durante 20 anos.
Benildes Rodrigues com Agências
Foto: Beto Barata