Em pronunciamento na tribuna da Câmara, na quarta-feira (6), o deputado Givaldo Vieira (PT-ES) denunciou o massacre midiático e a perseguição que o Partido dos Trabalhadores vem sofrendo nos últimos tempos. Para o deputado, o resultado obtido pelo partido nas eleições municipais deste ano é consequência desse ataque.
Para ele, embora muitos tentem comemorar o resultado eleitoral, a verdade é que poucos partidos do bloco que tomou o poder, também cresceram, a não ser o PSDB, o PMDB – que ficou praticamente do mesmo tamanho e o Democratas. Todas as prefeituras que o PT não elegeu representante foram ocupadas por pessoas de diversos partidos que foram criados.
Para o deputado, o momento difícil que o partido vem enfrentando é resultado de grande acordo feito para assaltar o poder, do qual, segundo ele, se aproveitou o presidente sem voto, Michel Temer. Givaldo Vieira reiterou que a associação entre Eduardo Cunha, os derrotados do PSDB nas eleições de 2014, a grande mídia nacional e setores do empresariado nacional, promoveram juntos um grande massacre ao PT e às forças de esquerda no País.
Em seu discurso, Givaldo Vieira denunciou também o uso político que vem sendo feito por parte de algumas instituições que deveriam ser republicanas. “O próprio Ministro da Justiça deste Governo que assaltou o Poder, estando em palanque do PSDB, anunciou a prisão e as ações seguintes da Lava-Jato, deixando claro o uso político das forças de Estado para promover um movimento eleitoral”, acusou o deputado.
Para ele, a perseguição fica ainda mais evidente quando as instituições que eram para atuar com isenção e imparcialidade apresentam acusações contra o ex-presidente Lula, todas sem fundamento. Com isso, acredita, os golpistas colocam em risco a democracia e deixam claro que são capazes de tudo para se perpetuarem no poder e colocarem em prática a agenda neoliberal.
“Isso demonstra do que são capazes esses que assaltaram o poder, não só para se manterem no poder, mas também para colocar em prática a agenda do golpe, agenda que passa por esse projeto de entregar nossa grande riqueza, que é o pré-sal, às multinacionais, fato já descoberto e anunciado pelo ministro Serra”, alertou. Ele ainda apontou a proposta de emenda à Constituição (PEC 241/16) como um dos grandes vetores do desmonte do Estado brasileiro ao retirar recursos da saúde e educação o que, segundo ele, atingirá em cheio a camada mais pobre da população.
Benildes Rodrigues
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