Na primeira entrevista para a televisão após o impeachment, a presidenta eleita Dilma Rousseff falou à TVE da Bahia, em programa que foi ao ar na terça-feira (27). Em conversa com o jornalista Bob Fernandes, ela falou sobre os últimos acontecimentos desenrolados no governo golpista de Michel Temer, como a recente prisão – e soltura – do ex-Ministro da Fazenda, Guido Mantega, focando especialmente a “seletividade” como são tratadas as questões políticas no Brasil.
Dilma afirmou ser a favor da investigação igual para todos, “doa a quem doer”. Traição, democracia, impeachment, golpe e ditadura são outros assuntos abordados na entrevista. Durante a conversa, Dilma volta a dizer que sofreu um golpe, aberto e confesso.
Outro momento importante da entrevista é quando a presidenta fala sobre ódio e vingança. Dilma ainda fala sobre família, presos políticos, o ex-presidente Lula, as mulheres, preconceito e machismo.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista:
Acredita na prisão de Lula?
“Não acredito que eles cometam este absurdo, não porque sejam bons, mas acredito que também não são burros. Acho que transformará a prisão de uma pessoa visivelmente injustiçada em um herói. Acho que eles não irão querer. Acho que a estratégia é inviabiliza-lo para 2018. O golpe só se completa com isto.
As forças que deram o golpe têm muito interesse que ele seja julgado e condenado. Eles tiram o Lula do jogo e se livram da Lava-Jato. Não estou dizendo que a estratégia de todas as pessoas que participam da operação seja essa, mas a estratégia dos que deram o golpe é a seguinte: constrói um impeachment fraudulento”.
Do que se orgulha em seu governo?
“Me orgulho do pré-sal, do ‘ Minha Casa Minha Vida’, do Pronatec, de todo o processo de inclusão que fizemos, das obras de infraestrutura”.
O que mais magoou?
“Tinha e teve um viés misógino, machista em relação à figura que construíram de mim. Suportei muitas coisas. Uma das coisas que fiquei extremamente magoada foi a história do cachorro. Eu nunca deixei de ter cachorro, tive a vida inteira. Eu tinha cinco cachorros, todos eles eu herdei, dois foram do ex-presidente Lula, eu os criei, o meu tinha 13 anos, e uma que eu peguei na rua, uma que eu ganhei.
O meu cachorro de 14 anos era um labrador, fiz de tudo para ele não morrer, mas aí ele teve duas doenças, por isso que ele foi sacrificado. Aí virei assassina de cachorro.
portal do PT
Assista a entrevista na íntegra