A gravidade do pronunciamento do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, no fim de semana, levou os deputados da Bancada do PT, Paulo Teixeira (SP) e Paulo Pimenta (RS) a solicitarem, nesta segunda-feira (26), à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara a convocação do ministro para explicar sobre a antecipação de informações sigilosas, no âmbito da Operação Lava Jato.
O ministro ilegítimo afirmou, em um comício do PSDB, em Ribeirão Preto (SP), no domingo (25), que esta semana “haveria mais Lava Jato”. A antecipação feita por Moraes foi comprovada com a prisão do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, no dia de hoje.
“Antecipar informação privilegiada e, sobretudo, sigilosa é um ato criminoso e demonstra a interferência do Ministério da Justiça nas operações”, diz o documento protocolado pelos petistas.
Os deputados questionaram o princípio de independência entre Poder Executivo e Polícia Federal pelo fato de Alexandre Moraes ter sido avisado, com antecedência, sobre as operações especiais da Lava Jato. Ainda, conforme expôs os petistas, essa operação está contaminada pela seletividade e uso político.
“A seletividade comprova que a Operação Lava-Jato virou instrumento de luta política contra os adversários do governo Temer”, alegaram Teixeira e Pimenta.
O requerimento deve ser analisado pela CCJ na próxima semana quando os parlamentares retornam do recesso eleitoral.
Benildes Rodrigues
Fotos: Salu Parente/Luis Macedo