O vice-líder da Minoria, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) ao comentar mais um espetáculo protagonizado pelo juiz Sérgio Moro, nesta quinta-feira (22), afirmou que o comandante da República do Paraná só revogou a prisão do ex-ministro Guido Mantega por causa do constrangimento e da repercussão negativa que a ação provocou na sociedade. Para Zarattini, a prisão de Mantega, no momento em que acompanhava a esposa em uma cirurgia para tratamento de um câncer, no Hospital Albert Einstein, era desnecessária.
“A gente observa que a soltura do Guido, logo após a sua prisão, ocorreu em virtude da má repercussão que essa ação desastrosa teve na sociedade. Sérgio Moro comprova que Mantega não representa perigo algum à sociedade”, observou Zarattini, ironizando a postura do juiz que só depois de mandar prender se ateve ao fato de que Mantega é um homem público, figura ilibada e que não representa risco nenhum à sociedade.
“Então, fica evidente que seu único objetivo foi atacar o PT. Em nenhum momento o juiz Sérgio Moro procurou fazer qualquer tipo de investigação. Se assim o quisesse, teria chamado o Guido para fazer depoimento. Isso Moro não fez”, reclamou Zarattini, que ainda frisou que o ex-ministro teria comparecido a qualquer audiência para depor caso tivesse sido intimado para esse fim.
Infeliz, ou não “coincidência” apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) para justificar a ação de Sérgio Moro, o caso é que a Operação Lava Jato deveria se chamar operação “boca de urna”, conforme denominou o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão. “A prisão do Guido Mantega foi uma ação com o único objetivo de atacar o PT nas vésperas das eleições municipais”, acusou o vice-líder da Minoria.
Para Zarattini, essa é a forma que os adversários políticos encontraram para tentar tirar o PT do páreo. “Toda vez acontece isso. Foi assim em 1989, naquele sequestro do empresário Abílio Diniz, quando vestiram a camisa do PT nos sequestradores. Na última eleição, na véspera, eles promoveram o julgamento do mensalão. Agora, mais uma vez, eles aparecem – não só com a aceitação da denúncia contra o presidente Lula – como agora com a prisão do ex-ministro Mantega”, constatou Carlos Zarattini.
Benildes Rodrigues