O escritor Fernando Morais encaminhou na quarta-feira (24) ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que vai comandar a sessão do processo de impeachment a partir desta quinta (25), uma petição pública em que pede a anulação de todo o processo envolvendo a presidenta Dilma Rousseff, desde sua aceitação pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no ano passado.
A petição – assinada também pelos jornalistas José Trajano e Alípio Freire; da professora da PUC-SP Stella Maris de Freitas; e do professor da Unicamp Laymert Garcia dos Santos – acusa Cunha de “desvio de poder e ofensa à moralidade administrativa”, como um dos pilares para pedir a anulação do processo.
Também são apontadas “interferência externa, deslealdade processual, ausência de liberdade de julgamento e abuso de poder” praticados pelo presidente interino Michel Temer, Cunha e parte dos congressistas contra a totalidade da Câmara, para destituir a presidenta eleita e alcançar o poder.
Pleiteia ainda a anulação do processo pela caracterização de um golpe parlamentar em que há falta de crimes de responsabilidade cometidos pela presidenta; relatórios comprometidos com a acusação; e desvirtuamento dos propósitos constitucionais do impeachment e do processo de responsabilidade decorrente da campanha inconstitucional feita por Temer.
Em seu perfil no “Facebook”, Fernando Morais diz que as pessoas o questionam se não estaria alimentando uma ilusão com a iniciativa da petição. “De cabeça de juiz, bunda de bebê e urna eleitoral nunca se saber o que vai sair. Eu já havia participado de iniciativa semelhante – chamada ‘amicus curiae’ – junto à Suprema Corte dos Estados Unidos, quando do julgamento dos cinco cubanos infiltrados em organizações de extrema-direita da Flórida. Hoje os cinco estão em liberdade”, responde.
“Aqui no brasil, em 1981, me aventurei a entrar com uma ação popular contra o general-presidente João Batista Figueiredo para impedir a construção de duas usinas nucleares no santuário ecológico de Iguape-Peruíbe. Ganhei. A esperança, tal como as sogras, é a última que morre.”
Fonte: Rede Brasil Atual