A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, divulgou nota de repúdio ao governo de Israel por conta do ataque de suas tropas à flotilha humanitária que buscava entregar alimentos e outros produtos à população penalizada pelo bloqueio à Faixa de Gaza. “Diante de um ato de violência como o ocorrido ontem, 31 de maio, não há espaço para qualquer argumento que tente justificar a sua legitimidade”, diz a nota assinada pela deputada Iriny Lopes (PT-ES), presidente da comissão.
“Causa ainda mais choque e espanto o fato de o ataque ter ocorrido em águas internacionais no mar Mediterrâneo, o que viola gravemente os estatutos do Direito Internacional, da mesma forma como são solenemente ignoradas as dezenas de resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) que instam o governo israelense a desocupar as áreas ocupadas ilegalmente no território da Palestina”, diz trecho da nota.
Leia a íntegra:
NOTA OFICIAL
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, no exercício de suas atribuições em defesa dos direitos humanos, manifesta seu repúdio ao governo de Israel por conta do ataque de suas tropas à flotilha humanitária que buscava entregar alimentos e outros produtos à população penalizada pelo bloqueio à Faixa de Gaza.
Diante de um ato de violência como o ocorrido ontem, 31 de maio, não há espaço para qualquer argumento que tente justificar a sua legitimidade.
Causa ainda mais choque e espanto o fato de o ataque ter ocorrido em águas internacionais no mar Mediterrâneo, o que viola gravemente os estatutos do Direito Internacional, da mesma forma como são solenemente ignoradas as dezenas de resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) que instam o governo israelense a desocupar as áreas ocupadas ilegalmente no território da Palestina.
A presença de nomes como a irlandesa Mairead Corrigan Maguire, Prêmio Nobel da Paz de 1976, o alemão Hedy Epstein, sobrevivente do Holocausto, 85 anos de idade, a cineasta brasileira Iara Lee, a deputada israelense Hanin Zoabi, as deputadas alemãs Annette Groth e Inge Höger, entre outras centenas de pessoas, de várias nacionalidades, reconhecidamente militantes pacifistas, desautoriza qualquer ilação que vincule a flotilha a uma ação de grupos terroristas.
Lamentamos também que tal episódio de hostilidade ocorra no preciso momento em que ganham relevo os esforços de países como o Brasil e a Turquia no sentido de encontrar soluções que pavimentem os caminhos para a paz no Oriente Médio.
O senso comum e a história recente dizem que violência gera apenas mais violência e este ato do governo de Israel contribui sobremaneira para o aumento das tensões na região.
Esta Comissão de Direitos Humanos e Minorias, nesse contexto, soma-se às vozes do mundo inteiro que reivindicam a suspensão imediata do bloqueio à Faixa de Gaza, decisão que, certamente, sinalizará a disposição do Estado de Israel para alcançar a paz e a efetiva convivência harmônica entre os povos e nações do Oriente Médio.
Deputada Iriny Lopes
Presidente da CDHM
