Comissão de Direitos Humanos da OEA pede explicações sobre processo de impeachment

peticaoimpeachment18082016

Na próxima quinta-feira (25), 81 senadores começam a decidir, como juízes, se a presidenta Dilma Rousseff deve ser definitivamente afastada do cargo. Enquanto isso, a Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) aguarda explicações do governo golpista sobre aspectos do processo. Provocada por uma denúncia de parlamentares petistas, a comissão, em tempo recorde – apenas uma semana – enviou, nesta quarta-feira (17) ao governo golpista, notificação pedindo esclarecimentos sobre o processo.

Na correspondência, assinada por Mario López Garelli, em nome da Secretaria Executiva da comissão, são pedidas explicações sobre a tramitação e o andamento do processo de impeachment, indicação sobre o andamento de recursos judiciais pendentes sobre o caso; esclarecimentos sobre Dilma ter ou não acesso a recursos judiciais, incluindo a revisão do processo; explicação dos efeitos que o eventual afastamento definitivo poderia ter sobre os direitos políticos de Dilma; e quais seriam os prazos para resolver o processo.

O recurso à OEA foi iniciativa dos deputados petistas Paulo Teixeira (SP), Paulo Pimenta (RS) e Wadih Damous (RJ) e do senador Telmário Mota (PDT-RR). Três advogados brasileiros, Camila Gomes, Angelo Ferraro e Nadine Borges assinam a petição. E o advogado argentino Damián Loreti, um dos maiores especialistas do continente em garantias de direitos humanos também assina o documento. A petição se baseia em comprovações de que a presidenta não cometeu crime de responsabilidade e que seus direitos humanos e políticos foram desrespeitados, porque o direito a um processo justo foi desrespeitado.

A reação rápida da Comissão demonstra a preocupação com a forma como está sendo conduzido o processo legal contra Dilma, já que pede esclarecimentos e fixa prazo até a próxima terça-feira (23) para que o governo interino responda. A notificação aumenta o constrangimento dos golpistas, já que, mais uma vez, mostra a preocupação de entidades internacionais com o processo que levou ao afastamento da presidenta e que pode se concretizar em poucos dias.

Embora não utilize a palavra “golpe”, o documento mostra como os adversários do governo Dilma Rousseff violaram direitos básicos, como o de defesa, quando ignorou recursos apresentados pela defesa da presidenta e abriram caminho para a vingança do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha – o principal artífice do golpe. A petição aponta, ainda, vários pontos em que a tramitação do impeachment está em desacordo com protocolos internacionais firmados pelo Brasil e criticam a falta de posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mérito do processo. “Infelizmente o poder Judiciário brasileiro, por meio do Supremo, negou o acesso da presidenta a um tribunal superior, negou à presidenta a proteção judicial”, denunciou o deputado Wadih Damous, quando entregou a documentação.

Na opinião do deputado do PT-RJ, o STF se nega a exercer o controle da convencionalidade, ou seja, verificar se o Congresso brasileiro está obedecendo a normatividade do Sistema Interamericano de Direitos Humanos e o pacto de San José. “Então, a nossa Suprema Corte, por omissão, se recusa a coibir a ilegalidade, a coibir o golpe, a se fazer respeitar a própria Constituição do País”, criticou.

O pedido se ampara em duas decisões da comissão no passado. Numa delas, em 2014, o órgão concedeu uma medida cautelar em favor do então prefeito de Bogotá, Gustavo Petro. A Procuradoria colombiana havia afastado Petro e o proibido de exercer atividades políticas por 15 anos após acusá-lo de irregularidades em contratos para a coleta de lixo. A comissão pediu que o Estado colombiano não executasse a decisão da Procuradoria, posição que acabou respaldada pela Justiça local e fez com que o prefeito voltasse ao cargo quatro meses após o afastamento.

O outro caso foi movido contra a Venezuela por vetar a participação de Leopoldo López, um dos líderes da oposição, na eleição de 2008. López era acusado de irregularidades quando prefeito de Chacao. A comissão decidiu que ele deveria ser liberado para se candidatar, mas a Justiça venezuelana se recusou a seguir a recomendação.

Caso a Corte se posicione favoravelmente à petição e o Brasil não acate a decisão, ficaria em desacordo com normas democráticas e sujeito a sanções determinadas pela própria Comissão.

PT no Senado

Foto: PT no Senado

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100