O deputado Angelim (PT-AC) ocupou a Tribuna para uma avaliação dos primeiros dias do governo interino e ilegítimo de Michel Temer e que, de acordo com ele, tem provocado um verdadeiro desmonte com prejuízos para as conquistas sociais obtidas ao longo dos governos Lula e Dilma.
“Mais uma vez, um político do PMDB assumiu a Presidência da República sem passar pelo crivo do voto popular. É impossível não imaginar o que nos espera com a volta do PMDB ao comando do País, sob os auspícios de Eduardo Cunha, dos tucanos e de seus aliados”, afirmou Angelim.
O parlamentar petista lembrou que a trajetória do PMDB é marcada pelo oportunismo de se chegar ao poder sem ganhar nas urnas. “Primeiro, foi Tancredo Neves, eleito de forma indireta pelo Colégio Eleitoral. Com seu falecimento, tomou posse seu vice, convertendo-se ao PMDB para se tornar presidente, também sem um voto sequer do povo brasileiro. E, agora, Michel Temer, o vice da Presidenta Dilma, é quem assume interinamente o Governo. Convenhamos que ficar tomando atalhos para assumir o poder é algo nada edificante e deviam ter aprendido que a resultante deste modus operandi é o fracasso, a impopularidade e a inconformidade do povo”, enfatizou Angelim.
Histórico – O deputado Angelim fez um histórico dos governos passados e de como eles trataram com pouco caso o país e o povo brasileiro. “Sarney entregou o País praticamente quebrado para o seu sucessor. A inflação anual de 1989, seu último ano de governo, foi de 1.782%, contra 5,91% do governo Lula, no seu último ano de governo, e 9,39% de Dilma, nos últimos 12 meses a contar de março”.
“E antes que meus colegas deputados tucanos e aliados se apressem para tecer elogios aos anos de FHC na Presidência, quero lembrar que a inflação média anual de FHC foi de 12,5%, portanto, maior que a de Lula e de Dilma até agora. No governo dos tucanos, tão preocupados com os investidores, o risco-Brasil chegou a 1.446 pontos, bem pior do que Sarney e anos luz distante do risco nos governos do PT”, citou o petista.
E mais, acrescentou o deputado Angelim, “se corrigirmos o salário mínimo pela taxa do dólar do último dia 3 de maio, veremos que o salário mínimo de Sarney era de míseros US$ 58,00, enquanto o de Lula foi US$ 291,00 e o de Dilma chega a US$ 329,00. O salário mínimo, quando os tucanos estavam no poder, não passou de US$ 86,00”.
Angelim falou também sobre os avanços na área da educação promovidos pelos governos do PT, ao contrário dos governos passados. “Sarney, considerado um imortal da Academia Brasileira de Letras —e não sou eu que vou negar seus méritos literários —, inaugurou apenas duas universidades em seu governo, uma em Roraima e outra no Amapá, mas não criou nenhuma escola técnica. Lula criou 12 universidades e 214 escolas técnicas, enquanto Dilma criou 11 universidades e 208 escolas técnicas. FHC, também acadêmico, não foi capaz de criar uma única universidade, nem sequer uma escola técnica”, enfatizou.
Isso sem falar, acrescentou o deputado Angelim, “de conquistas com as quais não é possível comparar, pois simplesmente não existiam ao tempo que o PMDB governou o Brasil. Como o Pronatec, o ProUni, o Fies, o Enem, o Brasil sem Miséria, o Brasil Carinhoso, o Mais Médicos, o Luz para Todos, o Minha Casa, Minha Vida, entre outros programas bem sucedidos e que só começaram a existir nos governos do PT, de Lula e Dilma”.
Para o deputado Angelim, o compromisso dos governos do PT sempre foi com o social para minimizar as desigualdades existentes no país. “Poderíamos passar o resto do dia enumerando as realizações do PT à frente do governo federal, mas quero focar no essencial: Lula e Dilma governaram com o olhar fixo nos interesses maiores do povo mais sofrido do nosso país, aqueles que mais necessitam do Estado como uma alavanca para o seu desenvolvimento social e econômico. Este sempre foi nosso maior compromisso, este será sempre nosso legado. O povo sabe, o povo não esquece”, finalizou o parlamentar petista.
Gizele Benitz
Foto: Salu Parente
