Pedido de prisão da cúpula do PMDB faltou incluir “principal beneficiado” do golpe, diz Bohn Gass

BohnGass LuisMacedo

Em pronunciamento na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (8), o deputado Bohn Gass (PT-RS) chamou atenção para a ausência do presidente golpista Michel Temer que, na sua avaliação, deveria ser o principal nome na lista dos caciques do PMDB que tiveram pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para o petista, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB­AL), do senador Romero Jucá (PMDB­RR), do ex­presidente da República José Sarney (PMDB­AP) e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB­RJ), a PGR deveria ter incluído o nome do conspirador Michel Temer.

“Parece óbvio que falta um nome nessa lista. Ou alguém acredita que tudo estava sendo feito sem a participação daquele que seria o maior beneficiado com toda a tramoia, o Sr. Michel Temer?”, questionou Bohn Gass, que fez questão de esclarecer que o interesse de Temer não era apenas pela cadeira presidencial instalada no Palácio do Planalto.

“Temer tinha muito interesse no golpe, não apenas porque seria levado à Presidência da República mas, porque, ao contrário de Dilma, Temer é citado como beneficiário direto de corrupção em vários escândalos e investigações, dentro e fora da Lava Jato”, denunciou Bohn Gass.

Para reforçar seu argumento, o deputado do PT apontou várias denúncias nas quais o presidente interino e golpista circula como peça principal. “Em 2009, por exemplo, Temer foi citado 21 vezes ao lado de quantias que somam 345 mil dólares, em planilhas apreendidas pela Polícia Federal, na casa de um executivo da Camargo Corrêa durante a Operação Castelo de Areia”, afirmou Bohn Gass, lembrando ainda que 2014 o presidente interino foi alvo também da Operação Lava Jato da Polícia Federal.

“Temer apareceu novamente, em 2014, como beneficiário de propina, quando a Lava-Jato prendeu três diretores da Camargo e descobriu planilha que indicava pagamento de US$ 80 mil a Temer”, salientou.

De acordo com Bohn Gass, no ano passado, mais uma vez, o presidente golpista foi citado na Lava-Jato. Desta vez, contou, Temer foi delatado por Júlio Camargo. “Ele disse à Polícia que Fernando Baiano operava a corrupção da Petrobras para o PMDB e representava, principalmente, Temer, Renan e Cunha”, disse o deputado, lembrando que Baiano foi apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras.

“O próprio Procurador-Geral Rodrigo Janot menciona indícios de que Temer teria recebido R$ 5 milhões da OAS. E, nesse caso, quem enrola Temer é ninguém menos do que Eduardo Cunha. Numa mensagem do celular ao dono da OAS, ele reclama que a empreiteira havia pago os R$ 5 milhões de uma vez só para Temer e adiado a propina para os outros Líderes do PMDB”, relata Bohn Gass, que finaliza o pronunciamento reiterando que o maior beneficiário do golpe foi Michel Temer, “um homem que não deveria jamais estar na Presidência da República; ele deveria estar na mesma lista de Jucá, de Sarney, de Renan e de Cunha”.

Benildes Rodrigues

Foto: Luiz Macedo

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