Os vice-líderes da Bancada do PT na Câmara, deputados Carlos Zarattini (SP) e Paulo Pimenta (RS) utilizaram as redes sociais e o plenário da Câmara, nesta semana, para alertar a população brasileira para a gravidade do diálogo entre o senador e ex-ministro Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Na conversa, os caciques do PMDB contam como tramaram, em conluio com outros poderes da República, o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Para os petistas, nas próximas horas o povo brasileiro terá mais revelações bombásticas envolvendo PMDB, PSDB e DEM.
“As informações indicam que nas próximas horas as revelações de Jucá e Sérgio Machado vão atingir Sarney, Renan Calheiros e outros parlamentares da direção do PMDB”, anunciou Zarattini, que acertou em cheio na previsão. Já nesta quarta-feira (25), o jornal Folha de S. Paulo divulgou conversa entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB- AL) e Sérgio Machado, afilhado de Renan.
Na conversa, o presidente do Senado defendeu alteração na Lei 12.850/13 que estabelece a aplicação da delação premiada. Essa lei foi instituída no governo da presidenta Dilma Rousseff e muito utilizada na Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Segundo as gravações, Renan revela que os políticos todos “estão com medo” da Operação Lava Jato. “Aécio (Neves), presidente do PSDB] está com medo. [me procurou]: Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa”, cita a Folha trecho em que Renan faz referência à delação do senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido) em que o tucano é citado.
Na conversa revelada entre Jucá e Machado no início da semana – e que estarreceram o País – Romero Jucá afirmou que está “todo mundo na bandeja para ser comido”. Em resposta, Machado anuncia: “o primeiro a ser comido vai ser o Aécio Neves”.
Para Carlos Zarattini, o pacto revelado pela cúpula pemedebista mostra que, em nenhum momento, os conspiradores da República se preocuparam com o País. A narrativa de combate à corrupção, segundo o petista, não passou de cortina de fumaça para encobrir as denúncias que envolvem os principais caciques do PMDB. “Romero Jucá deixa claro as razões do golpe: barrar a Lava Jato antes que ela atinja a cúpula do PMDB. E já chegou”, afirmou Zarattini.
Já o deputado Paulo Pimenta disse que golpe perpetrado contra a presidenta Dilma não tem relação com as tão afamadas “pedaladas”. Segundo ele, trata-se de “esquema político de parlamentares que temiam investigação”.
“Os áudios do ex-ministro do Planejamento revelaram esquema criminoso para tirar uma Presidenta honesta como Dilma Rousseff. Ofereceram proteção a parlamentares para votarem a favor do Golpe, com a promessa de que governo Temer iria ‘aliviar’ investigação”, denunciou o deputado.
Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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