A deputada Maria do Rosário (PT-RS) ocupou a Tribuna nesta semana para manifestar solidariedade e apoio aos estudantes secundaristas brasileiros que participam de uma série de lutas nos Estados.
“Sobretudo nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em defesa da escola pública de qualidade, e que se posicionam como jovens desta época, como jovens desta era, pela democracia e contra o golpe que está engendrado no Brasil”, disse. A parlamentar lamentou, por outro lado, que manifestações recentes de professores e estudantes tenham sido reprimidas com violência por policiais militares dos estados.
“Ontem, os estudantes em São Paulo realizaram uma manifestação importantíssima! O que eu lamento, sobretudo, é que a escola ocupada pela juventude, pelos estudantes, tenha sido, em repressão a eles, ocupada, então, pela Polícia Militar por orientação do governo do Estado de São Paulo. Desde o ano passado nós observamos, em vários lugares do Brasil, que a movimentação de educadores, de professores e professoras, como no Estado no Paraná, foi violentamente reprimida pelo Governo do Estado”, explicou.
Maria do Rosário enfatizou a importância da escola como local de exercício da democracia. “A escola é o lugar da participação e a participação é pedagógica, é a democracia! Quantos de nós, hoje parlamentares, também tivemos a nossa principal escola de democracia nos grêmios estudantis, ainda mais no enfrentamento da resistência à ditadura militar?”, indagou.
Golpe – A deputada Maria do Rosário também defendeu o amplo debate pelos movimentos estudantis do processo de golpe “que existe pelo nome de impeachment” em curso no país. “Me posiciono contra a decisão da juíza Moema Miranda, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que proibiu o Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas de realizar uma assembleia para discutir o posicionamento dos alunos diante do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff”, disse.
De acordo com a parlamentar, os estudantes e a juventude brasileira estão do lado do Brasil e contra o golpe. “Não podemos ter, com naturalidade, medidas que são de exceção, polícia dentro das escolas, e não podemos ter CPIs, como aqui estão propostas, contra a UNE, contra a UBES, contra a CUT, contra os movimentos em um flagrante espaço de perseguição aos movimentos sociais. Os estudantes e a juventude brasileira sabem hoje de que lado devem estar, como sempre souberam, ao longo da nossa história. Eles estão do lado do Brasil, eles estão contra o golpe, eles se mobilizam contra os golpistas e eles têm o que dizer. Eles querem a democracia cada vez mais forte, e isso passa pelo cumprimento das leis”, afirmou Maria do Rosário.
Gizele Benitz
Foto: Salu Parente
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