O deputado Waldenor Pereira (PT-BA) lamentou, em pronunciamento no plenário, a aprovação do processo de impedimento da presidenta Dilma, no domingo. Foi uma “triste cena”. “Pois uma presidenta decente, de conduta ilibada sendo julgada por um Parlamento, por um tribunal cujo presidente (da Câmara, Eduardo Cunha) e mais de 50% dos seus membros ou são indiciados pelo Ministério Público, ou são réus do Supremo Tribunal Federal (STF), é lamentável”, disse.
De acordo com Waldenor Pereira, não há nada contra a presidenta Dilma, não há crime de responsabilidade que justifique o afastamento da presidenta. “A operação Lava-Jato completou dois anos de atividades em março último. Investigações minuciosas, mais de 1.000 processos instaurados, mais de 500 buscas e apreensões, 70 prisões preventivas, 64 prisões temporárias, 49 delações premiadas com centenas de gravações, e nada, absolutamente nada foi provado contra a Presidenta Dilma Rousseff. Ela não desviou recurso público, ela não mantém contas bancárias no exterior, não cometeu nenhum ato de improbidade administrativa, ela não recebeu nenhuma propina e muito menos atentou contra a Constituição. As famosas e destacadas pedaladas fiscais foram devidamente corrigidas ainda no ano de 2015. O Congresso Nacional aprovou projeto que corrigiu a meta fiscal, ajustando e adequando, portanto, as contas públicas do Brasil”, explicou.
Por outro lado, acrescentou Waldenor Pereira, o presidente da Câmara, que comandou o processo, é réu no STF. “Eduardo Cunha, por decisão unânime da Corte Suprema do Brasil é réu acusado dos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, recebimento de propinas milionárias. Essa é a grande realidade, a triste cena vivida pela população brasileira que, estarrecida, atônita, acompanhou a votação de admissibilidade do processo de impeachment no último domingo”, destacou.
O parlamentar petista reafirmou que a luta continua contra o golpe e pela democracia. “Nós estamos muito esperançosos de que o Senado Federal dê fim a este processo para evitar o golpe. Estamos convocando a população brasileira, os movimentos sociais, os segmentos organizados da sociedade para não permitir que este golpe institucional seja instaurado em nosso País”, finalizou Waldenor Pereira.
Gizele Benitz
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