O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), deixou na manhã desta quinta-feira (14), o café da manhã com a presidenta Dilma Rousseff, no Paládio do Alvorada, com um discurso otimista pela derrubada do processo de impeachment. Ele disse que o governo não corre o risco de ter menos de 216 votos contrários à admissibilidade do processo na votação do domingo, 44 votos a mais que os 172 necessários para barrar o pedido.
“A margem para nós está muito acima dos 172 votos necessários e a deles (oposição), muito abaixo dos 342 votos”, disse Guimarães. Já o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), citou um placar entre 200 e 220 votos favoráveis ao governo.
Além de ministros e parlamentares de partidos aliados ao governo, participaram do encontro os agora ex-ministros Celso Pansera, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Mauro Lopes (Aviação Civil) e Marcelo Castro (Saúde). Os três são deputados federais do PMDB e foram exonerados nesta quinta-feira dos cargos, a pedido, para votarem contra o impeachment.
Além deles, os ministros Antonio Carlos Rodrigues, dos Transportes, ligado ao PR, e Armando Monteiro, do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, do PTB, partidos com maioria favorável ao impeachment, estiveram na reunião com a presidente.
No encontro, segundo Guimarães, a presidente fez um breve discurso e estava bem-humorada. “Estou impressionado com o astral da presidente Dilma; ela continua firme. Fez um discurso forte e agradeceu os aliados”, afirmou.
Divisão – Indagado sobre o desembarque de partidos aliados como PP e PSD, o líder do governo disse que às vezes a decisão é até melhor, pois favorece a divisão dentro da bancada entre os parlamentares contrários e favoráveis. “Às vezes, o desembarque oficial de uma liderança, ou de uma parte de uma bancada é até melhor para a dissidência. Fica até maior do ponto de vista dos votos”, afirmou.
Guimarães e Florence disseram ainda que o governo seguirá com o trabalho de convencimento de deputados indecisos e de troca de posição de parlamentares que já se declararam favoráveis ao impeachment, mas que não irão divulgar quais foram convencidos para evitar o contra-ataque da oposição.
Guimarães comparou esta semana à reta final da campanha à reeleição de Dilma, em 2014, quando ela venceu o senador Aécio Neves (PSDB-MG) na votação mais equilibrada para presidente da história do País.
PT na Câmara, com agências
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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