A deputada Ana Perugini (PT-SP) defendeu as ações da Polícia Federal no âmbito da Lava Jato, mas criticou o vazamento seletivo de informações e o sigilo decretado pela Justiça Federal em relação à lista com mais de 200 políticos, apreendida durante a 23ª fase da operação. A parlamentar foi entrevistada no programa “Notícias em Debate”, veiculado pela TVB, afiliada da Record na região de Campinas.
”Eu espero que a Lava Jato não pare, que continue nesse ritmo. Mas, me causa estranheza o sigilo decretado pelo juiz Sérgio Moro. Se tudo foi aberto antes, por que agora começa a ser fechado?”, indagou a deputada, numa alusão a documentos da Odebrecht, que listam mais de 200 políticos de 24 partidos que teriam recebido repasses da empreiteira. “Queremos que seja tudo aberto, explícito e que não haja vazamento seletivo de informação. A população tem direito de saber de tudo, para fazer seu julgamento”, avaliou a deputada.
A parlamentar ressaltou que nunca se combateu tanto a corrupção no país, como nos governos Lula e Dilma. “Se conseguirmos continuar com um governo que investiga todas as situações irregulares no Brasil, temos a chance de um novo governo, com uma nova roupagem em 2018”, afirmou Ana Perugini.
Ana lembrou que Dilma foi eleita por mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras e, por isso, deve cumprir seu mandato até o fim. “Qualquer tentativa de impedir que um governante eleito democraticamente termine seu mandato, sem que tenha cometido crimes previstos na Constituição e no Código Penal brasileiro, é um retrocesso para o nosso país”, avaliou.
Num momento em que só se fala em impeachment, Ana disse que é preciso acabar logo com a crise política que está causando um caos social no país. “Minha maior preocupação é com o desemprego. Precisamos acabar com essa crise política, mas temos de garantir que seja respeitada a Constituição de 1988. Em função daqueles que perderam as eleições de 2014, nós temos revirado todo um estado de direito”, pontuou a deputada. “Há um estado de intolerância, de desamor, de guerra, de ódio, de separação das pessoas”, lamentou.
Assessoria Parlamentar
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