O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), em entrevista ao PT na Câmara nesta terça-feira (5), rebateu argumentos falaciosos da ala golpista da oposição que tenta caracterizar como barganha e macular a reestruturação que o governo fará após a saída do PMDB da base governista. Para Guimarães, a oposição, na falta de consistência na crítica, usa argumento rasteiro.
“A repactuação está dentro da normalidade democrática. A oposição acusa o governo de estar negociando, isto é uma argumentação baixa. Só a baixa política pode apresentar esse caminho. O nosso caminho é republicano – construir a nova base, derrotar o golpe e retomar o crescimento da economia brasileira”, sustentou Guimarães.
O líder explicou que com a saída do PMDB da base, o governo, para construir a governabilidade, vai recompor a base a partir da repactuação. Essa repactuação envolve partidos como PP, PR, ala do PSB, PTN, Pros, PHS, PEN, entre outros.
“Estamos trabalhando nesta repactuação que é fundamental para enfrentarmos a conjuntura atual. Derrotar o golpe, construir a governabilidade e retomar o crescimento da economia brasileira. É isso que estamos fazendo”, reafirmou Guimarães.
Dilma – Mais cedo, em resposta às ilações da imprensa e da oposição sobre a recomposição do seu governo, a presidenta Dilma assegurou que não haverá reestruturação ministerial antes da conclusão do processo de impeachment em pauta na Câmara dos Deputados. “Não iremos mexer em nada até a conclusão de processos de votação. Essas são notícias sem base, na verdade, sem consultas. Isso não é bom para o jornalismo. Lamento muito, pois este viés especulativo vai de minha saúde até a mudança na estrutura do governo. Por favor, temos de nos pautar pelo realismo”, recomendou a presidenta.
Golpe – José Guimarães acrescentou que o que está em jogo neste momento é a questão democrática no Brasil. Para ele, “não precisa ser do PT para ser contra esse golpe. Basta ter compromisso com a legalidade democrática”.
Por isso, salientou Guimarães, ministros da Suprema Corte, intelectuais, juristas, artistas e a academia se levantam contra o processo em curso. “O Brasil hoje vive um verdadeiro levante de setores organizados da sociedade que não aceita esse golpe”, enfatizou.
O líder condenou o ódio e a intolerância por parte de integrantes da ala golpista e, ao mesmo tempo, alertou para a criminalização da política. “O Brasil é uma Nação democrática. As pessoas não podem ser submetidas a tanto constrangimento. Acho que eles estão dando um tiro no pé. Os que apostaram no golpe tendo a violência como método, quebraram a cara”, frisou. “O Brasil está adquirindo a mesma consciência que adquiriu no período das Diretas Já”, completou Guimarães.
Benildes Rodrigues
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