Em entrevista nesta sexta-feira (1º), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) condenou o viés utilizado na 27º fase da Operação Lava Jato, deflagrada um dia após grandes manifestações que ocorreram no País, em defesa da democracia. Para o vice-líder da Bancada do PT na Câmara, o juiz Sergio Moro requenta uma investigação que já foi transitada em julgado com o claro objetivo de causar instabilidade e caos no País. “São questões suficientemente investigadas pela justiça e algumas delas já transitadas em julgado e que ressurge agora requentadas”, denunciou.
“Essa tentativa de fazer um vinculo da Operação Lava Jato na Petrobras com este episódio (Caso Celso Daniel) é algo artificial e incompreensível. Moro não é juiz criminal de SP. Tentar colocar na opinião pública mais elementos de instabilidade, caos social e ódio é isso que ele está produzindo”, condenou o vice-líder petista. Para Pimenta, o juiz Sergio Moro e os investigadores da Lava Jato “atuam como se fossem juízes e promotores criminais do estado de São Paulo.
De acordo com Pimenta, o juiz Moro “extrapolou” suas funções ao trazer para si um caso que não lhe compete. Para o vice-líder petista, ao reacender investigações que estão aquém do seu foro, o juiz Moro, mais uma vez, extrapola suas competências agindo à revelia da lei. “São fatos que, de maneira alguma, se justificam estarem sendo investigados no âmbito da Lava Jato. Já foram objetos de investigações em outras oportunidades”, reiterou.
Para Paulo Pimenta, “é mais uma tentativa de interferir no processo político brasileiro e oferecer aos golpistas elementos que possam justificar a quebra do Estado Democrático”. Ele disse também que ao tentar estabelecer conexão entre casos que não têm analogia, o juiz da Operação Lava Jato utiliza de elementos que possam justificar rasgar a Constituição e romper com o processo democrático “para tentar levar ao governo pessoas que não conseguiram atingir esse objetivo através do voto”.
O deputado disse ainda que, apesar de todo o esforço de Moro em tentar envolver o Partido dos Trabalhadores ou o ex-presidente Lula nesses episódios, o conjunto do partido está tranquilo, pois, segundo ele, tudo isso é mais uma tentativa de interferir no processo político.
Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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