Contingenciamento é medida prudente e responsável, avaliam deputados

berzoini_vignattiDeputados petistas avaliaram nesta sexta-feira que o contingenciamento adicional de R$ 10 bilhões no Orçamento, em gastos de custeio, representa uma medida preventiva positiva para reforçar um crescimento sustentado e gradual, e indica que o Brasil, ao lado de países como China e Índia, está na contramão da crise que provoca hoje cortes de salários em países da Europa.

Com a medida, avaliou o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), o governo busca controlar a demanda para que o país possa ter um crescimento forte e dentro de um cenário de controle econômico. Isso é necessário, disse, porque o Brasil ainda não tem condições estruturais de crescer num ritmo chinês. “É uma medida de prudência. A demanda está em alta pelo crescimento do salário mínimo, do programa “Minha Casa, Minha Vida”, e pelo crescimento do emprego, e isso é bom. Agora, o governo está segurando a despesa para contrabalançar a expansão da economia”.

Cortes – No final desta semana, o governo anunciou o corte como forma de evitar pressões inflacionárias. A preocupação é que o forte aquecimento da economia possa pesar sobre os preços e fazer a inflação ficar fora da meta fixada para o ano, de 4,5% (com uma tolerância de dois pontos percentuais para baixo ou para cima).

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o corte atingirá as despesas de custeio da máquina administrativa sem afetar investimentos e programas sociais. “Já fizemos um contingenciamento de R$ 20 bilhões e serão mais R$ 10 bilhões, que serão um complemento. É a melhor maneira de jogar um pouco de água fria na fervura. Um instrumento forte e rápido é você diminuir os gastos do governo”, disse Mantega.

Ele disse que o corte de despesas é um instrumento mais rápido que o aumento das taxas de juros para conter um aquecimento forte na atividade e segurar os preços. “A vantagem (do contingenciamento) em relação a outros instrumentos para combater a inflação é que você faz isso na veia. Quando você eleva a taxa de juros, ela demora a fazer efeito”, disse

O ministro acrescentou ainda que a atividade econômica vai desacelerar no segundo trimestre. “No primeiro trimestre a economia cresceu bastante porque ainda estavam em vigor os incentivos de IPI (que foram dados durante a crise mundial). No segundo trimestre, ela já não será tão aquecida”, avaliou.

Segundo o deputado Vignatti (PT-SC), “um governo responsável toma medidas firmes”, disse. “A medida tomada pelo governo Lula é prudente e extremamente correta. É melhor cortar custeio do que aumentar juro, que é mais danoso e têm mais impacto negativo para a sociedade”, disse.

O mercado financeiro recebeu bem a medida de contenção de gastos por parte do governo. Os economistas-chefe dos bancos Santander e Itaú-Unibanco, Alexandre Shwartzman e Ilan Goldfjan, respectivamente, avaliaram que a medida é bem-vinda, ainda que seja necessário esperar para ver ser os cortes representarão redução dos gastos primários. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que “qualquer ajuda é bem-vinda no processo de estabilização da economia brasileira”.

Equipe Informes, com agências

 

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