Telebrás democratiza acesso à internet e fortalece segurança nacional, dizem petistas

Ferro_BerzoiniA retomada da Telebrás pelo governo Lula, além de romper com um legado de FHC que trouxe um serviço de internet e de telecomunicações dos mais caros do mundo, vai garantir também a proteção do sigilo de informações estratégicas do governo, inclusive as de caráter militar. A observação foi feita ontem pelo líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), e pelo vice-líder Ricardo Berzoini (PT-SP).

“Hoje, temos uma internet cara e de má qualidade, um serviço dos mais caros do mundo. Não tem competição, não há concorrência nessa área, e a retomada da Telebrás vai criar um espaço de concorrência, mostrando que é possível servir à população com qualidade”, disse Ferro.

Ele destacou também o caráter estratégico da iniciativa, já que, com a privatização feita no governo FHC, as Forças Armadas e os serviços de inteligência do País deixaram de ter uma estrutura de comunicação própria. “Com a Telebrás, vamos ter de novo uma rede de comunicação do Estado brasileiro”, disse.

Ferro lembrou que o resgate da Telebrás significa também fortalecer a defesa nacional, num mundo globalizado que ” cada vez mais exige que os Estados nacionais tenham capacidade de prover os instrumentos para defender a sua fronteira, os seus negócios e os seus cidadãos”.

Para Ricardo Berzoini, a questão da segurança nacional é, de fato, importante, já que o sistema de telecomunicações do Brasil é integrado em boa parte por empresas de capital estrangeiro, uma herança do governo do PSDB e DEM (ex-PFL) . Ele frisou que os tucanos privatizaram o setor de telecomunicações de uma forma que sempre foi contestada pelo PT, deixando não só o tráfego de dados da área de segurança nas mãos de empresas estrangeiras como também uma estrutura tarifária das mais altas do mundo, para internet e outros serviços de telecomunicações. “Copiaram o modelo de pedágio de São Paulo, que tem as tarifas mais caras do mundo”, disse.

O sistema de telecomunicações no Brasil é oligopolizado e prejudica a população sob todos os aspectos, acrescentou Berzoini. “A retomada da Telebrás vai assegurar o barateamento do acesso à internet de banda larga. O Estado deve participar deste setor estratégico, sem prejuízo da atuação da iniciativa privada: um dos resultados esperados será acabar com os abusos das empresas do setor”, disse o petista.

SEGURANÇA NACIONAL – O novo presidente da Telebrás, Rogério Santanna, em entrevista ao Correio Braziliense desta quinta-feira, ressaltou que o objetivo do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) vai muito além de levar concorrência ao setor e baixar o preço dos pacotes de internet rápida. É também garantir a segurança de informações sigilosas do governo, como no monitoramento das reservas do pré-sal.

Segundo ele, visa-se, entre outros objetivos, reforçar a Marinha brasileira em função das riquezas nos campos de pré-sal. “Os submarinos vão precisar conversar com a Aeronáutica. Como é que eles vão se falar? Por satélites comerciais ou eles vão usar redes que nós controlamos? Não dá para ser ingênuo”, ressaltou.

Defensor voraz da reativação da estatal para coordenar o PNBL, o ex-secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento disse também que o PNBL vai estimular a fabricação de equipamentos do setor. ” Os fabricantes de equipamentos no Brasil consideram o plano uma ótima oportunidade de ver essa indústria revitalizada. O Brasil tinha mais de 60 empresas nessa área e hoje há pouco mais que 13, que sobreviveram porque têm boa tecnologia”.
nada.

Ele questionou o processo de privatização de FHC. ” Eu sempre gosto muito de usar uma frase de um escritor gaúcho que respeito muito, que é o Luiz Fernando Veríssimo. Ele disse: “Nada envelhece tão depressa quanto os futuros de antigamente”. Os futuros de 10 anos atrás já envelheceram. Aquilo que nós pensávamos que ia ser o futuro das telecomunicações não se realizou. Ninguém sonhou que a internet ia ter essa dimensão que tem, que a telefonia celular ia ocupar esse espaço. São duas inovações que ninguém previu. Isso afeta muito o negócio e as operadoras estão envolvidas nesse processo. Elas têm que repensar. Nós temos que sair da posição de 60, onde nós estamos (no acesso à banda larga), para ter uma posição de 10º, de 5º, que é o nosso lugar na economia. Temos a telefonia mais cara do mundo.

Leia a íntegra da entrevista aqui:

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/5/13/entrevista-rogerio-santanna

Equipe Informes

 

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