O deputado Jorge Solla (PT-BA) questionou parlamentares do Democratas (DEM) que defenderam, nesta terça-feira (8), cautela nas convocações da CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), de membros das empresas envolvidas no escândalo de pagamento de propina e que teriam resultado na sonegação fiscal de R$19 bilhões. A CPI foi instalada nesta terça-feira.
“Eu não vi cuidado na CPI da Petrobras ao destruir a reputação de todas as empresas acusadas, muitas vezes sem provas. Não vi nenhum prurido em destruir nomes de parlamentares e dirigentes partidários quando essas pessoas tinham alguma relação com o PT. Me pergunto, porque agora a preocupação em limitar as bruxas. Ninguém aqui tem autoridade para dizer quais empresas podem ser investigadas ou não”, disse Solla.
O petista lamentou que a cautela agora apregoada pelo DEM não tenha existido quando se apurava a corrupção nas empreiteiras. “O que muda da CPI da Petrobras para a do Carf? É porque agora são bancos, e bancos não podem ser acusados? Porque agora é a RBS, filial da Rede Globo, que não pode ter a reputação abalada? É necessário que a gente tenha uma forma única de conduzir os trabalhos na Câmara”, recomendou.
Minutos antes da intervenção de Solla, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) havia defendido que não se deveria “sair simplesmente nominando pessoas, empresas e instituições pelo simples fato de se ter o nome envolvido (no esquema de corrupção), pois passam a ter problemas de imagem local e internacional. Temos que ter muita prudência, porque estamos vivendo momento de caça às bruxas”, disse Aleluia .
Assessoria Parlamentar
Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara