O Brasil encerrará 2015 com cerca de US$ 65 bilhões provenientes do mercado estrangeiro na economia, mantendo-se no grupo dos 10 países que mais recebem investimentos produtivos. É o que mostram as projeções feitas pelo Banco Central e isso graças ao tamanho e potencial do mercado interno do País. Nos nove primeiros meses do ano, os investimentos estrangeiros somaram US$ 48,211 bilhões; considerando 12 meses, terminados em setembro, essa cifra está em US$ 71,807 bilhões, segundo dados do Banco Central.
Os recursos vindos de outros países estão sendo direcionados no Brasil a segmentos diversos da economia como indústria de petróleo e gás, indústria extrativa, empresas do segmento de química e indústria alimentícia, setor de serviços, como as áreas de saúde e comércio, setor de telecomunicação e de energia elétrica e projetos da infraestrutura.
Outro ponto que desperta a atenção do empreendedor estrangeiro são as oportunidades com o Programa de Infraestrutura e Logística (PIL) do governo federal, com projetos nas áreas da infraestrutura e que movimentará R$ 200 bilhões nos próximos anos. Entre esses projetos constam melhoria de rodovias e portos, ampliação e construção de ferrovias, expansão e edificação de aeroportos.
Na avaliação do deputado Enio Verri (PT-PR), integrante da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, da Câmara, o Brasil atrai investimento direto estrangeiro porque os empresários conhecem a solidez dos fundamentos macroeconômicos do País. “Eles (investidores) conhecem o potencial brasileiro, sabem que desde 2003, com a chegada do PT ao governo, os rumos da nossa economia foram corrigidos e, por isso, confiam e vem no Brasil um mercado promissor, com grandes oportunidades”, afirmou.
Eni Verri fez questão de destacar que os investidores estrangeiros não olham o Brasil com a ótica da oposição ou de setores da mídia, que acham e pregam que o “País está no fundo do poço”. Ao contrário, segundo o deputado, esses empresários trazem para o Brasil investimentos de longo prazo, que não são comprometidos por uma crise financeira conjuntural de um ou dois anos.
“E esses investimentos diretos estrangeiros, especialmente nas áreas de infraestrutura, são fundamentais porque além de gerar emprego e melhorar a logística do País, significam também mais impostos e transferência de tecnologia”, argumentou Eni Verri.
O deputado fez ainda um paralelo entre os investimentos estrangeiros no Brasil no governo Fernando Henrique Cardoso e nos governos Lula e Dilma. “No governo FHC também houve grande atração de investimentos internacionais, mas ao contrário do que acontece agora, eles vieram atraídos pelas privatizações, com preços muito baixos e pelo capital especulativo, com altas taxas de juros”. Eni Verri lembrou que no governo tucano essa concentração de recursos estrangeiros no sistema financeiro e nas privatizações, concentrou empresas na mão de poucos, gerando um desemprego sem precedente na história do País.
Logística – O coordenador-geral de Investimentos do Ministério do Desenvolvimento (Mdic), Mário Neves, explicou que o Programa de Infraestrutura Logística com uma série de projetos em portos, aeroportos, ferrovia e rodovias que soma R$ 200 bilhões, tem atraído grande parcela dos investidores estrangeiros. Neves argumentou também que a fase de desaceleração atual é transitória e não afeta a visão do investidor com projetos de longo prazo interessado em abrir uma empresa, construir uma fábrica ou se associar a uma empresa nacional existente. “Esse tipo de investidor vem para o longo prazo, não olha o Brasil para 2015 ou para 2016, olha para 2050”, ressaltou.
Os países que mais investem no Brasil atualmente são Estados Unidos, China, Japão, França, Espanha e Itália.
A lista das economias mais atraentes ao investimento é feita pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que inclui no grupo China, Estados Unidos, Reino Unido, Cingapura, Rússia, Canadá, Austrália e também da cidade Estado de Hong Kong.
Vânia Rodrigues, com informações do Portal Brasil