Ex-presidente do BNDES rechaça intervenção política nas operações do banco

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O ex-­presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Eleazar de Carvalho Filho negou, nesta quinta-feira (10), a ingerência política nas operações realizadas pela instituição na sua gestão. “Nunca vi intervenção política para liberação de crédito. O banco empresta para os bons projetos de interesse da sociedade. Não tenho conhecimento de operações que envolvam a República. Não existiu interferência política em qualquer decisão que o banco tenha tomado”, assegurou Carvalho.

A afirmação foi feita em depoimento à CPI do BNDES criada para apurar supostas irregularidades nas operações do banco. Carvalho presidiu a instituição de janeiro de 2002 a janeiro de 2003, gestão do tucano FHC. Em seu depoimento, Eleazar Carvalho reafirmou as posições defendidas pelo atual presidente do banco, Luciano Coutinho e pelos outros diretores da instituição que prestaram depoimento no colegiado.

Provocado por deputados oposicionistas a avaliar a gestão do BNDES após sua passagem pelo banco, Carvalho rechaçou a provocação. “Não tenho como opinar sobre operações de governos que me sucederam”, disse.

O ex-presidente disse ainda que no seu período à frente da instituição o volume de financiamentos era inferior ao montante disponível atualmente. “Queríamos sempre apoiar bons projetos. No entanto, os recursos que dispúnhamos eram escassos”, reclamou.

Ele esclareceu que os investimentos em exportação feitos pelo BNDES ocorrem desde o início dos anos 90 e que esse tipo de operação sempre contou com o aval do banco. O depoente esclareceu ainda que as ações relacionadas a bens de serviços de valor agregado, também são apoiadas pela instituição.

Para o segundo vice-presidente da CPI, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) o depoimento de Eleazar Carvalho, por se tratar de alguém que atuou no governo FHC, era necessário para contrapor os argumentos oposicionistas sem sustentação e fundamento. “O depoimento do ex-presidente do BNDES jogou por terra várias afirmações que a oposição vem repetindo e que não encontram nenhum embasamento para confirmar veracidade”, salientou Zarattini.

“Ele deu um depoimento que demonstrou, claramente, que não houve mudança na política de avaliação de crédito, na avaliação de risco, de financiamento à exportação de bens e serviços brasileiros”, ressaltou. De acordo com o petista, o ex-presidente do BNDES mostrou os critérios que a instituição adotou na sua gestão e que foram adotados também pelo governo Lula. Zarattini frisou que nos dois governos houve “coincidência de procedimentos, de avaliação de como proceder num banco de desenvolvimento como o BNDES”. Para Zarattini, a oposição tentou evitar esse depoimento para que a comparação não pudesse ser feita.

Benildes Rdorigues

Foto: Lúcio Bernardo Jr.

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