Em artigo, o deputado Fernando Marroni (PT-RS) analisa nova iniciativa da oposição em defesa do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Mais uma vez, o PSDB e seus aliados lançam mão de um ato sórdido para tentar alterar o resultado da eleição, na qual foram derrotados nas urnas e, desse modo”, diz. O deputado acusa a oposição de promover acusações infundadas e promover o caos para atingir seus interesses particulares. “É essa oposição que, coberta de hipocrisia, pede o impeachment da presidenta Dilma”, diz. Leia a íntegra:
A hipocrisia do impeachment
Fernando Marroni *
Leio na imprensa que, nesta quinta-feira (10), congressistas da oposição darão início a um novo movimento que pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Mais uma vez, o PSDB e seus aliados lançam mão de um ato sórdido para tentar alterar o resultado da eleição, na qual foram derrotados nas urnas e, desse modo, tentam tirar a legitimidade do voto dado por 54 milhões de brasileiros, que reelegeram Dilma para presidir o Brasil até 2018.
Defender a ideia do impeachment “a qualquer custo”, usando como pano de fundo a crise econômica – que não sacode apenas o Brasil, mas toda a economia mundial globalizada – revela ser tanto um absurdo, como uma tentativa desesperada da oposição de criar um factoide, uma vez que não existe qualquer indício de ato ilícito cometido pela presidenta no transcurso de seu mandato.
Esta mesma oposição, passado quase um ano da eleição, mostra-se incapaz de apresentar qualquer alternativa viável para o país enfrentar a crise econômica, configurando-se em uma oposição sem rumo, sem projeto e sem qualquer pauta concreta, senão a obsessão cega de obter o poder a qualquer custo.
E não deixa de ser curioso, o fato de que este grupo que defende o impeachment atraindo para si a marca da honestidade, da idoneidade e da pureza de princípios, agir baseado em pura hipocrisia quando o assunto são seus próprios líderes.
Afinal, já foi estampado nas páginas dos jornais – as mesmas páginas que serão usadas para atacar a idoneidade da presidenta Dilma a partir de amanhã – que dois membros da linha de frente deste movimento golpista são réus no Supremo Tribunal Federal (STF) em processos de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Está lá, nas páginas impressas e eletrônicas do grupo Globo, do Estadão e da Folha de São Paulo: os deputados Paulinho da Força (SDD-SP) e Alberto Fraga (DEM-DF) foram denunciados pode receber vantagens indevidas e lavar dinheiro.
O próprio senador Aécio Neves (PSDB-MG), que por não aceitar a derrota nas eleições do ano passado converteu-se defensor e incentivador de campanha e movimentos anti-Dilma e anti-PT, está em constante suspeita, afinal, até hoje o caso da construção do aeroporto de Cláudio segue sem a apuração devida, como também segue sem investigação ou repercussão o desvio de R$ 7,6 bilhões de verbas da Saúde em Minas Gerais – conforme denunciou a presidenta Dilma na campanha eleitoral do ano passado – e, claro, sua relação até agora não explicada com o doleiro Alberto Yousseff, conforme denúncia feita durante depoimento na CPI da Petrobras no mês passado e que, ironicamente, não teve destaque algum na grande mídia.
Essa é a lógica da oposição desnorteada que temos hoje no Congresso Nacional. Uma lógica inescrupulosa que move acusações infundadas e promove o caos para atingir seus interesses particulares. É essa oposição que, coberta de hipocrisia, pede o impeachment da presidenta Dilma.
* Fernando Marroni é deputado federal pelo PT-RS
Assessoria Parlamentar
Foto: Gustavo Bezerra
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