As deputadas petistas Margarida Salomão (MG), Maria do Rosário (RS) e Moema Gramacho (BA) rechaçaram nesta segunda-feira (24) artigo publicado na revista Época, na última quinta-feira (20), pelo jornalista João Luiz Vieira (editor da publicação). O texto repercutiu de forma negativa na internet e na imprensa em geral, por conta de especulações sobre a vida sexual da presidenta Dilma Rousseff. Após inúmeras críticas a baixaria foi retirada do site da revista, mas pode ser lido aqui.
No artigo, com o título “Dilma e o Sexo”, o jornalista divagou sobre uma suposta “solidão” da presidenta e ainda afirmou que ela precisaria “erotizar-se”. As parlamentares petistas classificaram o artigo como “baixo”, “grosseiro”, “machista”, e “preconceituoso”.
“É lamentável que a revista Época desça a esse nível. O mais doloroso é que um órgão de informação, formador de opinião, contribua para disseminar o machismo na sociedade brasileira.Temos que repelir ataques como esse que tentam desqualificar não apenas a presidenta da República, mas a todas nós mulheres de uma forma tão baixa e grosseira”, conclamou Margarida Salomão.
Na mesma linha, a deputada Maria do Rosário repudiou o ataque contra a presidenta Dilma e cobrou um pedido público de desculpas da revista Época.
“Esse pseudo-artigo foi de uma falta de respeito total. E não apenas com a presidenta Dilma, atingida diretamente, mas a todas as mulheres. E não basta a revista ter tirado “do ar” esse texto eivado de preconceito, e que ultrapassou todos os limites da ética jornalística. Creio que cabe, sim, um pedido público de desculpas (da revista Época)”, ressaltou a parlamentar.
Já a deputada Moema Gramacho destacou que “em pleno século XXI, é inadmissível que se trate uma mulher dessa forma preconceituosa, misógina e sexista”. “Ainda mais a presidenta da República”, observou.
Leia abaixo trechos do texto de João Luiz Vieira, editor da Época:
“Não a conheço pessoalmente, nem sei de ninguém que a viu nua, mas é bem provável que sua sexualidade tenha sido subtraída há pelo menos uma década, como que provando exatamente o contrário: poder e sexo precisando se aniquilar”.
“Será que Dilma devaneia, sente falta de alguém para preencher a solidão que o poder provoca em noites insones? Será que ela não se ressente de um ser humano para declarar que quer mandar todo mundo para aquele lugar, afinal ela não tem como dizer isso para o neto, supostamente seu melhor amigo, que ainda nem sabe ler? Será que ela não sente falta de comer pipoca enquanto assiste suas séries de TV paga, que tanto ama e a faz relaxar das pressões inerentes ao cargo?”.
“Dilma, se fosse seu amigo lhe diria: erotize-se”.
Héber Carvalho