O PT voltará às ruas para conectar-se com sua base, garante o presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão. Em entrevista à agência internacional “Reuters”, ele defendeu a necessidade de a legenda retomar o diálogo “olho no olho” com os segmentos que, historicamente, contribuíram para a construção e fortalecimento do PT.
Falcão explicou que, na manifestação convocada para o dia 20,o PT não pretende competir com o protesto do último domingo (16). “Para nós, o foco principal é a defesa da democracia contra o golpe”, afirmou. Apesar de terem reunido menos gente, as manifestações do dia 16 estavam mais focadas na defesa do impeachment da presidenta Dilma Rousseff e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do que protestos anteriores, com pautas mais difusas, avalia o dirigente. Políticos da oposição aproveitaram o momento “para aparecer”, destacou.
O presidente do PT repudiou a “manifestação raivosa” do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que sugeriu a renúncia como “saída honrosa” para a presidenta Dilma – eleita com 54 milhões de votos em outubro passado. “Quem quebrou o Brasil três vezes não deveria pedir para a presidente renunciar”, devolveu Falcão a FHC, lembrando que essa ofensiva da oposição coincide com o refluxo da tese do impeachment, a partir da semana passada.
Nesta quinta-feira (20), diversas entidades representantes de movimentos sociais e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras organizações, marcaram manifestações nas principais cidades do País em defesa do governo Dilma, embora também já tenham avisado que vão protestar contra a atual política econômica.
O PT, explica Falcão, vai às ruas em apoio ao governo legitimamente eleito, mas não subscreve o manifesto de convocação das manifestações, que enfatiza o “fora Levy” [o ministro da Fazenda Joaquim Levy]. Mas o dirigente não vê risco de “mensagens cruzadas”.
“O PT estará lá com carro de som, com bandeiras defendendo a democracia contra o golpe”, afirmou ele.
Com informações da Agência Reuters