O jornal Valor Econômico de quarta-feira (5) traz que executivos de multinacionais continuam a apontar o Brasil como um dos três destinos mais atrativos para investimentos. Na lista, elaborada após pesquisa global da KPMG, o País ficou atrás apenas de China e da Índia.
Ao todo, foram feitas mais de 300 entrevistas com executivos americanos, europeus e asiáticos. De acordo com o sócio da área de Estratégia da KPMG, Augusto Sales, “os investidores estrangeiros seguem atentos aos grandes mercados consumidores do mundo e olham o momento atual da economia brasileira como passageiro”.
As opiniões foram coletadas para o relatório “Perspectivas Para os Mercados Globais de Alto Crescimento”. “Segundo os pesquisados, boa parte do aumento dos investimentos em emergentes será destinado a países em que essas empresas já operam, o que dá vantagem para China, Índia e Brasil”, diz a reportagem, citando trecho do documento.
Sales afirmou ainda que havia “certa dúvida sobre a posição do Brasil no ranking deste ano”. Isso devido às dificuldades na economia, em 2015. “Foi uma surpresa boa. O País tem 200 milhões de habitantes, instituições fortes, se comparado a outros emergentes”, disse.
Segundo o texto do Valor, a pesquisa também aponta que, “ainda que a desaceleração seja menos acentuada, os demais emergentes também enfrentam economia mais fraca e desafios domésticos”. A informação desmente setores da mídia e da oposição que, por diversas vezes, negaram as dificuldades no cenário econômico internacional.
O executivo da KPMG destacou que a grande ameaça à posição do Brasil no ranking é a perda do grau de investimento, devido às empresas terem – dentro de sua política interna – cláusulas que obrigam a investir apenas em países com esse reconhecimento.
Recentemente, a agência de classificação de risco Standard & Poor”s manteve o grau de investimento no Brasil, mas mudou a nota de “estável” para “negativa”. A revisão deixa o País apenas uma nota acima do grau especulativo, o que reduziria o acesso do governo e de empresas ao crédito internacional e aos juros mais atrativos. A S&P, no entanto, espera uma melhora na “performance do Brasil”, especialmente em relação às políticas de ajuste propostas pelo Governo.
Dificuldades – O relatório da KPMG aponta que o principal entrave para fazer negócios no Brasil é a infraestrutura. Esta foi a resposta de 69% dos entrevistados.
Ainda segundo a reportagem, o documento cita que a concorrência por investimentos em dólar tende a se acirrar e que o potencial de atratividade de cada país vai depender cada vez mais da ação governamental, em áreas como infraestrutura, regulação e incentivos tributários.
PT no Senado Com informações do jornal Valor Econômico