Ao discursar para centenas de pessoas que compareceram à cerimônia de celebração dos dois anos do Programa Mais Médicos, nesta terça-feira (4), no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff destacou a iniciativa bem sucedida do governo, instituída em julho de 2013, e anunciou a criação de três mil bolsas de residência médica que atenderão, principalmente, estudantes das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
Na cerimônia foi anunciada, também, a criação do Cadastro Nacional de Especialistas. Com essa medida, o governo abre caminho para a implantação do Programa Mais Especialidades promessa de campanha de Dilma. “É o segundo passo que faremos. É mais complexo, mas nós conseguimos hoje uma ação sistêmica que vai permitir dar consistência ao Mais Especialidade”, disse ela.
Foi assinada, ainda, uma portaria interministerial (Saúde e Educação) que disciplina os contratos organizativos de ação pública ensino-saúde – que permitirá a integração entre as universidades e o SUS.
Atenta aos discursos, a plateia formada por profissionais da medicina, professores, reitores, estudantes, ministros e parlamentares, ouviu um relato emocionado da presidenta Dilma que lembrou do contexto em que foi criado o programa.
“Quando lançamos o Mais Médicos, havia um desconhecimento do objetivo do programa. Fomos criticados, mas buscávamos uma revolução na saúde pública”. Lembrou Dilma a forte resistência de setores da oposição e elitistas da sociedade, contrários ao pacto nacional pela melhoria no sistema de saúde.
Ressaltou a presidenta que o programa conta hoje com mais de 18 mil médicos que atendem mais de 4 mil municípios, 34 distritos indígenas, e garante atendimento a mais de 63 milhões de brasileiros. “Motivo de orgulho para o governo”.
“O Programa Mais Médicos engrandece o meu mandato. Me sinto realizada em saber que vocês (profissionais do programa), estão presentes nos municípios do país”, disse a presidenta, se dirigindo aos médicos presentes ao evento.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao se pronunciar na solenidade, afirmou que o governo pretende criar até 2017, 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência para formação de especialistas com foco na valorização da atenção básica de saúde.
Para além das estatísticas, o ministro acredita que o Mais Médicos se consolida como política de Estado. “Depois de 27 anos de criação do SUS, finalmente temos cobertura de atenção à saúde básica em todo o país”, comemorou Chioro.
Já o ministro da Educação, Janine Ribeiro destacou que em apenas dois anos de existência do Mais Médicos, foram criados 50 novos cursos de medicina, com 5,3 mil novas vagas. Já são 4,7 mil vagas ocupadas de residência médica.
Benildes Rodrigues