Angela Portela: os partidos não têm interesse em abrir espaço para as mulheres

angela_portela_A deputada Angela Portela (PT-RR) defendeu nesta semana em pronunciamento no plenário, a ampliação da participação da mulher na política brasileira. De acordo com ela, mesmo representando 52% do eleitorado e 44% da força de trabalho, as mulheres continuam minoria nos postos eletivos.

“O que falta é o interesse dos partidos em abrir espaço para as mulheres, falta empenho em seguir o que determina a legislação e sobra preconceito”, criticou.

A legislação eleitoral determina que os partidos ou coligações devem reservar o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Mas, na avaliação de Angela Portela, “os partidos ignoram essa determinação solenemente, com sua hierarquia masculinizada e, por que não dizer, machista”.

Como a lei não prevê sanções às coligações que descumprem a regra, acrescentou Angela Portela, “sempre se ouve a mesma desculpa” de que faltam mulheres dispostas a ingressar na política. “Não podemos conceber que faltem mulheres para compor os quadros partidários quando elas são 52% do eleitorado e estão presentes, em alguns casos majoritariamente, em todos os segmentos da sociedade brasileira. O que falta é o interesse dos partidos”, enfatizou a parlamentar petista.

“Admito que, diante de tantas situações constrangedoras que temos testemunhado na vida política brasileira, pode, sim, faltar interesse em fazer parte de tudo isso. Mas uma mudança só pode ocorrer com o envolvimento de todos”, ressaltou a deputada Angela Portela. Para ela, nenhum projeto político “pode prescindir do apoio e do engajamento das mulheres”.

Parlamento – A deputada Angela Portela classificou como “lamentável” o fato de que no Congresso brasileiro apenas 9% das cadeiras são ocupadas por mulheres. “Estamos atrás dos nossos vizinhos Chile, com 15%, e da Argentina, com 40% de mulheres na Câmara. Na Argentina, por sinal, legislação semelhante à do Brasil permitiu a correção do desequilíbrio de gênero no parlamento. Se funcionou lá, por que não aqui?”, questionou a parlamentar petista.

“Quando olhamos para os países desenvolvidos, percebemos que não foi à troca de nada que se tornaram bem sucedidos na construção de sociedades mais equilibradas.

A presença feminina nos ministérios é de 63% na Finlândia, 52% na Espanha e na Noruega. Até na Nicarágua, vejam, as mulheres ocupam 38% das vagas nos ministérios, mas no Brasil somos apenas 12%, atrás de outras 58 nações”, frisou Angela Portela.

Ainda de acordo com ela, o Brasil caminha para uma eleição geral “com forte” presença das mulheres, “seja na disputa pela Presidência da República, seja na militância em favor das candidaturas”. “Este Congresso abriga grandes e atuantes deputadas e senadoras. Mas não podemos nos contentar apenas com a qualidade, precisamos também de quantidade para fazer avançar as demandas femininas. Sem sexismo, espero que as mulheres brasileiras percebam a própria força que têm e se façam representar em todas as esferas políticas a partir de 2011”, afirmou a deputada Angela Portela.

Gizele Benitz

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