Um pronunciamento do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) no plenário da Câmara, quase no final da sessão de quarta-feira (17), tirou o sono do ex-secretário de Segurança Pública do governador Beto Richa (PSDB), o deputado Fernando Francischini (SD-PR). O petista refrescou a memória do ex-secretário, demitido após promover um massacre de professores em Curitiba, no dia 29 de abril, que deixou mais de uma centena de feridos e ganhou repercussão internacional.
Pimenta rebateu um comentário de Francischini durante o debate a respeito da medida provisória (MP 670/15) que corrige a tabela do Imposto de Renda. “Eu não posso ficar calado ouvindo o deputado Fernando Francischini vir ao microfone dizer que é malvadeza contra professores votar contra essa emenda. Até hoje o centro de Curitiba está manchado com sangue de centenas de professores que foram espancados barbaramente numa ação violenta, jamais vista neste País, no momento em que ele era Secretário de Segurança! Por conta desse episódio, ele foi corrido do governo do estado e mandado de volta a Brasília. É preciso que haja um limite até para a demagogia”, disse o petista, que chegou a receber aplausos de diversos parlamentares de outros partidos.
“Todo o Brasil está até hoje perplexo com aquilo a que assistimos no Paraná. Se existe alguém aqui que não pode sequer cogitar de responsabilizar qualquer outro colega por malvadeza contra professores, este deputado se chama Fernando Francischini, secretário de Segurança corrido do Paraná”, complementou Pimenta.
Francischini, que ganhou dos internautas paranaenses o apelido jocoso de “Fascistini” (assim como o governador passou a ser chamado de Beto Ritler), ficou visivelmente desnorteado com as críticas do petista. Para rebater Pimenta, o ex-secretário, notório defensor de ações truculentas das polícias, resolveu ir para milhares de quilômetros do Paraná ao falar da situação da Venezuela e atribuir à presidenta Dilma Rousseff a responsabilidade pelos conflitos no país vizinho. O comentário foi motivo de chacota no plenário e nas galerias.
Mas o atordoamento do parlamentar paranaense – de DNA tucano, embora filiado ao Solidariedade, depois de passar um ano no minúsculo PEN (Partido Ecológico Nacional) – não se encerrou no plenário. Francischini perdeu o sono e por volta de 1h30 da madrugada publicou em sua página no Facebook uma foto de Paulo Pimenta com uma crítica à posição contrária do petista à redução da maioridade penal. O argumento, claro, foi de nível primário.
Confira o vídeo com o pronunciamento de Pimenta e o sorriso amarelo-tucano de Francischini.
Rogério Tomaz Jr.
Foto: Luis Macedo/Agência Câmara