Petrobras capta US$ 2,5 bi em bônus e Florence destaca sucesso da estatal no retorno ao mercado

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A Petrobras voltou a mercado de capital na segunda-feira (1º), com a emissão de US$ 2,5 bilhões em um raro título de cem anos (century bonds), ou seja, o vencimento da dívida lançada ontem pela estatal será apenas em 2115. O título foi vendido com desconto, a 81,07% do valor de face e cupom de 6,85% ao ano.

O título saiu com um spread de 549,3 pontos básicos acima dos títulos de referência do Tesouro dos Estados Unidos. Como a estatal ofereceu condições atrativas, a demanda superou US$ 13 bilhões. Com a grande procura, o retorno dos papeis, estimados inicialmente em 8,85% ao ano, caiu para 8,45% ao ano.

A emissão dos “century bonds” e a grande demanda pelos títulos foram comemoradas pelo deputado Afonso Florence (PT-BA), vice-líder do PT e coordenador da bancada na CPI Petrobras. “É uma captação expressiva que consolida o ciclo de reversão do quadro desfavorável que a estatal enfrentou nos últimos meses, com a deflagração da Operação Lava Jato”, afirmou Florence.

O deputado do PT baiano aproveitou para destacar a importância que a Petrobras tem para o mercado de óleo e gás e para a economia brasileira. E acrescentou que, mesmo com todas as denúncias envolvendo a companhia, as suas atividades não foram paralisadas. Ele lembrou, por exemplo, que a estatal bateu recentemente recorde de produção no pré-sal, ultrapassando o patamar de 800 mil barris de petróleo por dia.

Afonso Florence citou ainda que a companhia recebeu em maio passado o prêmio internacional pelo desenvolvimento tecnológico na extração de petróleo em águas profundas. “O balanço auditado da Petrobras também foi bem aceito e a evolução da Operação Lava Jato consolidou a formação de cartel e demonstrou que as atividades de corrupção não atingiram a presidência e nem as principais diretorias da empresa. Tudo isso contribuiu para o retorno da estatal, com sucesso, ao mercado financeiro”, explica o parlamentar.

Novidade – Emissões de bônus de cem anos são raras na América Latina. A operação mais recente foi do governo do México, que alavancou 1,5 bilhão de euros em abril deste ano, com um rendimento de 4,2% para o investidor. O país também realizou uma captação de century bonds em 2010. Esses papeis eram negociados ontem (segunda-feira), a 5,70% ao ano.

A receptividade à captação da Petrobras mostra que a resposta da empresa está sendo “exitosa”, afirmou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em seminário sobre a América Latina, promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington (EUA). Ele acrescentou que a companhia fez mudanças na sua governança, que a parte técnica da empresa vai muito bem, com o crescimento da produção.

Vânia Rodrigues com agências

 

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