Foto: Cumbre Panamá
A presidenta Dilma Rousseff participa, de hoje até amanhã, na Cidade do Panamá, da 7ª Cúpula das Américas. Além das atividades da cúpula, terá uma série de encontros bilaterais, inclusive com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
É a primeira vez que a cúpula terá a participação dos 35 chefes de Estado e de Governo do Continente Americano- já que o presidente cubano, Raúl Castro estará na mesa de discussão, na esteira do processo de reaproximação diplomática com os EUA. Será a primeira vez em mais de 50 anos que líderes dos dois países sentarão em uma mesa de negociação.
O primeiro compromisso de Dilma será uma reunião com o presidente do México, Enrique Peña Nieto. Em seguida, ela participa do Painel do Foro Empresarial das Américas, que vai debater a integração produtiva para o desenvolvimento inclusivo no continente.
Hoje à tarde vai se encontrar com o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg. Na última quarta-feira (7), o governo brasileiro lançou um pacto de combate à violação de direitos humanos na internet, com apoio do Facebook e outras empresas da rede.
Em seguida, a presidenta brasileira terá uma audiência com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e uma reunião como o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. À noite, Dilma participa da abertura oficial da 7° Cúpula das Américas e do jantar para os chefes de Estado e de Governo, oferecido pelo presidente do Panamá, Juan Carlos Varela Rodrigues. Após o jantar, Dilma e a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, têm encontro marcado.
A reunião com Obama vai acontecer no sábado. Dilma retorna ao Brasil logo após o encerramento da cúpula, previsto para as 17h15. No Brasil, o presidente da República em exercício, Michel Temer, passa o dia em São Paulo, sem compromissos oficiais.
Incômodos para os EUA- Com as atenções voltadas para o encontro entre o líder cubano e o presidente norte-americano, Barack Obama, o fórum, idealizado por Bill Clinton na esteira do projeto fracassado da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), terá como principais temas da agenda de debate tópicos incômodos à diplomacia dos Estados Unidos: as sanções impostas à Venezuela, considerada uma “ameaça” à sua segurança; e as relações com Cuba, que permanece sob bloqueio econômico e parte da lista norte-americana dos países que patrocinam o terrorismo.
A ausência histórica de Cuba das seis últimas reuniões de cúpula se deu em razão de o bloco reunir os países-membros da OEA (Organização dos Estados Americanos) — da qual a ilha foi expulsa em 1962, com a anuência de todos os países, à exceção do México, após a revolução socialista. Em 2009, após 47 anos de exclusão, Cuba foi readmitida à OEA, mas tem rejeitado seu retorno desde então.
Há três anos, na VI Cúpula das Américas, na Colômbia, os países latino-americanos concordaram em reivindicar em conjunto a presença de Havana no encontro seguinte — a discordância com os EUA fez com que a reunião de Cartagena em 2012 terminasse sem um documento final. A sinalização foi cumprida e o Panamá, que sedia o encontro diplomático de 2015, convidou Cuba a participar do evento.
Venezuela e a agenda positiva – Apesar da resposta positiva à região com a integração de Cuba ao evento, os Estados Unidos, que esperavam uma agenda positiva de reaproximação com os demais países, após a criação de organismos integracionistas regionais dos quais não participa — como a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, criada em 2004), Unasul (União das Nações Sul-Americana, fundada em 2007) e Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em 2011) — terá desafios, como manter os temas relativos à Venezuela longe das discussões.
PT na Câmara, com agências