Brasil não é pró nem contra o Irã, afirma Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira, no Senado, que o Brasil não é pró-Irã nem contra o Irã, e que a viagem do presidente Lula ao Oriente Médio – Israel, Jordânia e Palestina – foi uma retribuição da visita dos chefes de estado daqueles países. “O Brasil é a favor da paz e de encontrar soluções negociadas”, afirmou.

Segundo ele, a visita de Lula, embora tenha sido a primeira visita de um presidente brasileiro especificamente a Israel, à Palestina e à Jordânia, não está inserida “num vácuo”. “Eu tinha estado, a pedido do presidente, três vezes em cada um desses países”, disse. “Algumas vezes há a impressão de que o Brasil tem um interesse excessivo de aparecer, em se mostrar no cenário internacional, mas o presidente Lula estava retribuindo visitas”, disse Amorim.

Ele afirmou que é fato reconhecido por todos que o Brasil tem hoje uma posição internacional mais forte e mais atuante e isso requer também um posicionamento em relação a um grande número de itens.

De acordo com o ministro, a posição do Brasil é de que o Irã colabore o máximo possível, mas afirmou que não acredita “que o Irã vá renunciar ao direito de manter o seu programa de enriquecimento de urânio”. O Irã informou no dia 8 de fevereiro à ONU (Organização das Nações Unidas) sua decisão de enriquecer urânio a 20%. “É verdade também que o Irã deu alguns passos em falso alguns anos atrás. Mas, em vários momentos a Agência Internacional de Energia Atômica afirmou que todas as questões pendentes do passado estavam resolvidas”, disse.

Segundo Amorim, os países do Ocidente deveriam buscar uma solução negociada com o Irã, uma vez que até integrantes da oposição iraniana defendem o enriquecimento de urânio com fins pacíficos. “A alternativa das sanções, para um regime como o Irã, é a tendência de radicalizar, com oposição e o governo juntos numa posição de intransigência”, disse. Amorim comparou a situação do Irã à do Iraque, que foi invadido por forças lideradas pelos Estados Unidos depois de ser acusado de possuir armas de destruição em massa, o que não foi provado.

Equipe Informes

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