Foto: Gustavo Bezerra
Parlamentares da Bancada do PT ainda repercutem no plenário da Câmara iniciativa da presidenta Dilma de lançar, nesta semana, pacote com medidas anticorrupção. O deputado Assis Carvalho (PT-PI) fez uma análise sobre a corrupção no Brasil. “Todos sabemos que a corrupção é secular. A diferença é que, antes de 2003, tudo era jogado para debaixo do tapete, para passar aquela falsa ilusão de que não havia corrupção, e a sociedade não tinha conhecimento do que acontecia. As medidas reforçam essa clara conduta de combate à corrupção”, afirmou o petista.
Assis Carvalho lembrou alguns casos de corrupção ocorridos na gestão de FHC e que, de acordo com ele, não tiveram a devida apuração.
“No início da gestão de Fernando Henrique Cardoso, denúncias de corrupção e tráfico de influência num contrato de 1,4 bilhão para a criação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) derrubaram um ministro e dois assessores presidenciais. Mas o processo foi jogado para debaixo do tapete. Depois, em 1997, tivemos o escândalo da compra de votos: gravações telefônicas colocaram sob forte suspeita a aprovação de uma medida constitucional oportunista, que permitiria a reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Mas, também, depois foi jogado na prateleira do esquecimento”, ressaltou.
Assis Carvalho lembrou ainda o escândalo da “privataria” tucana. “Durante a privatização do Sistema Telebrás, grampos do BNDES flagraram conversas entre Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ministro das Comunicações, e André Lara Resende, dirigente do banco. Eles articulavam o apoio da PREVI, da caixa de previdência do Banco do Brasil, para beneficiar o consórcio do banco Opportunity. A negociata teve um valor estimado em 24 bilhões de reais. Mas também, depois, os tucanos jogaram esse escândalo na prateleira do esquecimento”.
Houve também, acrescentou Assis Carvalho, a CPI da Corrupção. “Em 2001, chafurdando na lama, o governo FHC ainda bloqueou a abertura de uma CPI para apurar todas as denúncias contra a sua triste gestão. Foram arrolados 28 casos de corrupção na esfera federal, todos foram arquivados por Fernando Henrique Cardoso. Quem não se lembra do engavetador-geral? Apesar dos escândalos, FHC impediu qualquer apuração e sabotou todas as CPIs, contando com a ajuda do Procurador-Geral da República Geraldo Brindeiro, o Engavetador-Geral da República”, destacou o petista.
De acordo com o deputado Assis Carvalho, foram os governos do PT que estabeleceram tolerância zero à corrupção. “Garantindo condições de autonomia das instituições responsáveis por apurar e punir a corrupção. As medidas apresentadas ontem reforçam essa clara conduta de combate à corrupção e atendem à reivindicação dos cidadãos brasileiros, dentre os quais nos incluímos, indignados com a corrupção na Petrobras; nos trens de São Paulo; no HSBC, através do SwissLeaks, que oportunizou muitos magnatas da comunicação esconder dinheiro na Suíça, com o apoio dos tucanos; com o escândalo do Aeroporto de Cláudio, e tantas outras maracutaias que, assim como a Petrobras, deixaram todo brasileiro decente indignado”.
Assis Carvalho defendeu o apoio do Congresso Nacional para a aprovação destas medidas que enfrentam a corrupção no nosso país. “Este é um importante reforço do Parlamento a esta missão coletiva de combater a corrupção no Brasil”, finalizou Assis Carvalho.
Já o deputado Marcon (PT-RS) parabenizou o pacote anticorrupção e afirmou que as medidas representam o que a sociedade brasileira espera da presidenta Dilma. “A população espera que seja preso quem rouba e, também, que seja tirado aquilo que foi comprado com o dinheiro da corrupção de quem roubou”, afirmou o petista.
Na avaliação do parlamentar, a presidenta Dilma teve coragem e determinação ao lançar as propostas de combate à corrupção. “Ao colocar à luz do sol os atos ilícitos, o governo enfrenta sim os desgastes e dificuldades. A presidenta, com determinação, respalda e determina a investigação a fundo como em nenhum outro governo”, ressaltou Marcon.
O deputado Marcon lembrou que a Polícia Federal realizou 50 vezes mais operações orientadas pelos governos do PT do que nos oito anos do governo anterior. “Foram 2.226 entre 2003 até maio de 2014, e apenas 48 na gestão de Fernando Henrique Cardoso”, disse.
“A Presidenta Dilma Rousseff enfrenta os desgastes para ir fundo no combate à corrupção. É necessário continuar com coragem, enfrentando esta chaga que nos acompanha ao longo da história que é a corrupção. Espero que o Congresso também entenda que essas medidas são necessárias para enfrentar esse mal de frente”, enfatizou o deputado Marcon.
Gizele Benitz