Em artigo, o deputado Pedro Uczai (PT- SC) defende que a Polícia Federal faça todas as investigações e aponte os responsáveis por qualquer conduta ilícita cometida junto a Petrobras, sejam diretores ou mesmo empresários. Porém, ressalta a importância da empresa e alerta para a “tentativa de golpe articulado por setores que tem interesse em imobilizá-la, desvalorizá-la e vendê-la, como já defendem publicamente algumas lideranças tucanas”.
Para o deputado, é preciso “desarticular esta tentativa de desmonte do patrimônio do povo brasileiro, evitando que seja entregue nas mãos de conglomerados petroleiros internacionais”.
Leia a íntegra do artigo.
Petrobras é do povo brasileiro
Pedro Uczai (PT-SC)
Com o desencadeamento da “Operação Lava Jato”, a Petrobras, de certa forma, ocupa boa parte dos noticiários no país. A Estatal, fundada na década de 50, é a maior empresa pública brasileira, atuando nas áreas de petróleo, gás e biocombustíveis. Na década de 90 sob o comando dos governos neoliberais do PSDB a Estatal foi descapitalizada e iniciou-se um processo de ‘preparação’ para a privatização.
A vitória do Presidente Lula, em 2002, trouxe novos ares para a Estatal. Nos últimos 12 anos a Petrobras foi fortalecida com novos investimentos: construção de gasodutos e refinarias, além dos investimentos em pesquisa. O país alcançou a auto-suficiência em petróleo, descobriu e explora o Pré-Sal e recuperou para 49% o controle público sobre o capital social da Estatal. Atualmente seu valor de mercado está estimado em 110 bilhões de dólares, sete vezes maior que os 15 bilhões de dólares que a empresa valia em 2002.
No ano passado a Petrobras bateu recorde histórico de produção de petróleo, atingindo 2,670 milhões de barris equivalentes/dia. Esses números despertam a cobiça de grupos privados nacionais e internacionais, que querem se apropriar das riquezas do povo brasileiro. Por isso, no âmbito da “Operação Lava Jato”, defendemos que a Polícia Federal faça todas as investigações e aponte os responsáveis por qualquer conduta ilícita cometida junto a Petrobras, sejam diretores ou mesmo empresários.
Porém, cabe a nós defendermos a Petrobras desta tentativa de golpe articulado por setores que tem interesse em imobilizá-la, desvalorizá-la e vendê-la, como já defendem publicamente algumas lideranças tucanas. Precisamos desarticular esta tentativa de desmonte do patrimônio do povo brasileiro, evitando que seja entregue nas mãos de conglomerados petroleiros internacionais. Também não podemos admitir a criminalização do Partido dos Trabalhadores com o único objetivo de deslegitimar o processo eleitoral democrático vencido pela Presidenta Dilma no ano passado.
É importante neste momento também refletir sobre o financiamento das campanhas eleitorais. Em nossa opinião a fonte da corrupção está na permissão de que empresas privadas, ou seja, pessoas jurídicas, coloquem dinheiro nas mãos de políticos para financiar suas campanhas. O caso da Petrobras nos mostra mais uma vez que esse ‘conluio’ entre o público e o privado não é bom para a democracia e para o país. Por isso, entendemos que é urgente e necessário colocar na Reforma Política o impedimento de o empresário aportar dinheiro na mão do político.
Por fim, no caso da Petrobras, temos que separar o que é corrupção (punindo exemplarmente os responsáveis) das questões institucionais da Estatal. E sempre é bom lembrar que a Petrobras é nossa, do povo brasileiro, e não está a venda.
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara