Foto: Gustavo Bezerra
Em depoimento na tribuna da Câmara na segunda-feira (2) o deputado Luiz Couto (PT-PB) denunciou o aumento dos crimes de racismo, xenofobia e tráfico de pessoas que ocorreram através da Internet, em 2014. Segundo o deputado, dados divulgados pela ONG SaferNet revelaram que houve, no ano passado, 189.211 reclamações envolvendo 58.717 páginas na Web. Em relação a conteúdos ilícitos, o petista disse que os dados mostram que houve um aumento de 8,29% no mesmo período.
“Quero parabenizar imensamente esta organização que tanto nos ajuda através de seu trabalho preventivo, combatendo crimes na Internet. Mas sabemos que esta realidade vem afetando vidas inocentes e destruindo a família brasileira”, alertou Luiz Couto.
O deputado disse ainda que a pesquisa destaca os eventos como as eleições e a Copa do Mundo como os principais temas que contribuíram para o crescimento de denúncias relacionadas ao racismo, à xenofobia e ao tráfico de pessoas. Luiz Couto salientou que o levantamento da SaferNet revela que no período eleitoral houve um aumento de 34,15% das páginas indicadas como racistas e de 365,46% de conteúdos relacionados à xenofobia. “Segundo a ONG, apenas no dia 27 de outubro, por exemplo, foram recebidos 10.376 denúncias anônimas contra 6.909 links diferentes nas redes sociais”, revelou Luiz Couto.
O petista apontou também o crescimento de denúncias envolvendo páginas suspeitas de tráfico de pessoas. Segundo ele, os dados revelam que houve um aumento de 192,93% na comparação com 2013 e que o objetivo, segundo a SaferNet, era recrutar pessoas, principalmente mulheres, inclusive adolescentes, para prostituição em cidades-sede da Copa do Mundo.
Luiz coutou contou que a ONG recebeu 1.225 pedidos de ajuda e orientação psicológica no ano passado. Destes, 222 foram sobre vazamentos de fotos íntimas, prática conhecida como sexting. Em comparação com 2013, esse tipo de prática teve um aumento
de 119,8% em relação a 2013. De acordo com o deputado, “a Internet, por ser um meio de comunicação democrático na busca de informações, pode também se tornar um alvo vulnerável para aqueles que pretendem fazer uso indevido dela e promoção de conteúdo proibido, como a prática de crimes virtuais e ações contra os direitos humanos”.
Para o ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o trabalho da SaferNet é importante por se tratar de um mecanismo eficiente de mobilização, promoção e difusão de informações contra crimes cibernéticos que violem as leis estabelecidas no País. Luiz Couto lembrou que a entidade atua em parceria com órgãos governamentais, como o Ministério Público Federal, o Congresso Nacional e órgãos de polícia.
“Sua missão é tornar a Internet um ambiente de acesso seguro aos diversos tipos de informações, as quais podem ser vistas por todas as pessoas. Assim, tornando a Internet mais segura contra os violadores, caminhamos para um Brasil mais seguro e educativo”.
Benildes Rodrigues