Corrupção se combate com prevenção. Com essa ideia na cabeça e adoção de medidas para manter insuspeita a atuação dos agentes públicos mineiros, Mário Vinícius Claussen Spinelli completou, na quinta-feira (19), o primeiro mês como novo controlador-geral de Minas Gerais, empossado pelo governador petista Fernando Pimentel.
“O combate permanente à corrupção deve ser hoje prioridade para qualquer governante. O Governo de Minas vai atuar de forma efetiva neste sentido”, declara o especialista, com 16 anos de uma carreira construída em instituições destinadas a combater o mau uso do dinheiro público.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) afirmou que o governador de Minas Gerais vai implantar a política anticorrupção que vai ao encontro com o que a presidenta Dilma está propondo para o Brasil. “Em especial o monitoramento do enriquecimento patrimonial dos agentes públicos e também levar o acesso à lei de informação pública”, disse o parlamentar.
Já o deputado Padre João (PT-MG) defende o combate à corrupção não somente em Minas Gerais, mas em todo o país. “Nossa esperança é que a controladoria geral do Estado de Minas Gerais, na pessoa de Mario Spinelli, possa trazer à tona os desmandos praticados pela gestão tucana nestes últimos anos como a maquiagem de dados, a não aplicação dos recursos em saúde e educação como determina a Constituição, o problema das terras devolutas, obras superfaturadas, como a reforma do Mineirão, etc. O combate à corrupção deve ocorrer em todos os lugares e época.” afirmou o parlamentar.
Já no primeiro encontro com a equipe de auditores do estado, na última semana, Spinelli comunicou como medida inicial de sua gestão o controle da evolução patrimonial dos agentes públicos mineiros. Segundo ele, o cruzamento dos bens com dados fiscais vai impedir o enriquecimento ilícito dos comandados.
Spinelli começou a carreira no Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCEMG) em 1999 e ingressou nos quadros da Controladoria Geral da União (CGU) em 2001. Do órgão do governo federal, ele seguiu para o primeiro desafio administrativo, em nível do Executivo. No governo de São Paulo, ocupou por dois anos cargo semelhante ao que agora exerce no governo Pimentel.
Na capital paulista, durante gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), Spinelli ficou conhecido como “xerife” pela implacável busca da aplicação da lei. Rapidamente, desnudou um dos maiores esquemas de corrupção que se tem notícia naquele estado – a máfia do ISS (imposto sobre Serviços), que reuniu fiscais no desvio de aproximadamente R$ 1 bilhão da prefeitura paulistana.
Sua reconhecida expertise prática e teórica no assunto o levou a fazer palestras internacionais sobre enfrentamento a fraudes administrativas em instituições como Organização das Nações Unidas (ONU), Organização dos Estados Americanos (OEA), bancos Mundial (Bird) e Interamericano de Desenvolvimento (BID), além do G-20, que reúne as maiores nações do mundo.
Spinelli é mestre e doutor em administração pública pelas Fundações João Pinheiro (MG) e Getúlio Vargas, respectivamente. Graças à formação acadêmica e experiência acumulada na rotina administrativa, participou da elaboração de leis federais fundamentais ao combate à corrupção, como a Lei de Acesso à Informação, de Combate à Lavagem de Dinheiro e a Lei Anticorrupção.
Na Secretaria de Combate à Corrupção do Informações Estratégicas da CGU, ele promoveu o treinamento de 1,7 mil promotores. Com isso, Spinelli foi premiado pelo Centro Latino-americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD), em 2009.
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