O Brasil passou a ter, no final de 2014, a maior faixa de proteção a manguezais do mundo, com 322 mil hectares. A nova marca foi obtida graças à inclusão de três reservas extrativistas, no litoral paraense e no estado do Maranhão: Cuinarana, Mestre Lucindo e Mocapajuba – além da ampliação da Reserva Marinha de Araí-Peroba.
Localizada no litoral paraense e com áreas também no estado do Maranhão, a faixa de proteção já contava com oito reservas extrativistas e foi ampliada em 51%, passando de 213 mil para os atuais 322 mil hectares. Além disso, a área de manguezais protegidos aumentou em 41% e o número de famílias beneficiárias chegou a 34 mil, ou seja, um acréscimo de 22%.
Para o deputado Márcio Macêdo (PT-SE), membro da Comissão de Meio Ambiente e biólogo por formação, além de proteger um ecossistema vulnerável a ação do governo também tem alcance social. “Além de berçário de varias espécies marinhas, ele também regula o fluxo de energia do litoral. Por si só os manguezais já mereceriam uma atenção especial, mas o governo federal também está de parabéns porque ao conservar esse ecossistema ainda ajuda as comunidades que tiram seu sustento dos manguezais”, destacou o parlamentar.
Os avanços foram possíveis com a ajuda do Projeto Manguezais do Brasil, criado pelo Ministério do Meio Ambiente com o objetivo de melhorar a capacidade do País de promover a efetiva conservação e uso sustentável dos recursos em ecossistemas deste tipo, a partir do fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) e na designação de áreas de preservação permanente a todos os manguezais existentes em território nacional.
O projeto une a conservação do ecossistema à promoção da qualidade de vida da comunidade local e ao uso sustentável dos recursos naturais e recebeu o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
O Manguezais do Brasil teve início em 2008, com recursos do Global Environment Facility (GEF) e execução do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A meta é promover práticas adequadas para mangues oferecendo suporte em âmbito nacional, estadual, municipal e comunitário às estruturas responsáveis pela gestão destes ecossistemas.
Exemplo para o mundo – A faixa nacional de manguezais abrange 13.400 km² ao longo de quase todo o litoral brasileiro e correspondem a 9% dos manguezais do mundo. No entanto, cerca de 25% dos manguezais brasileiros foram destruídos no último século e muitos estão classificados como vulneráveis ou ameaçados de extinção.
Os agentes do projeto já atuavam nas reservas extrativistas existentes e ajudou a promover as demandas locais de comunidades que viviam em áreas onde ainda não havia unidades de conservação, além de promover os estudos utilizados para a definição dos limites dessas novas reservas extrativistas.
No total, 568 mil hectares de manguezais serão beneficiados pelo projeto, gerando impactos positivos nos meios de vida de alguns dos segmentos mais vulneráveis da sociedade brasileira e permitindo a replicação das lições aprendidas para outros manguezais do Brasil e do mundo.
Manguezal é uma zona úmida, definida como ecossistema costeiro, de transição entre ambientes terrestres e marinhos, característicos de regiões tropicais e subtropicais, sujeitos ao regime das marés. São considerados os ecossistemas com maior produtividade e biodiversidade do planeta, com uma capacidade de recuperação que serve de importante proteção às comunidades e atividades econômicas costeiras.
Héber Carvalho com informações do Pnud e Blog do Planalto
Foto: Cícero R. C. Omena/Flickr Creative Commons
Mais informações:
Projeto Manguezais do Brasil
http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/programas-e-projetos/107-projeto-manguezais-do-brasil.html