O Brasil apresentará na 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP20) proposta para que todos os países assumam compromissos de longo prazo, a partir de 2020, para redução de emissões. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, falou ao Blog do Planalto sobre este e outros dois eixos de diálogo que pautarão a participação brasileira nesta conferência a ser realizada de 1º a 12 de dezembro, em Lima, no Peru – a primeira realizada em área de abrangência da Floresta Amazônica.
A proposta brasileira para a COP20, a chamada “convergência concêntrica”, trata da ideia de que todos os países possam oferecer compromissos, a partir de 2020, para redução de emissões. No caso dos países desenvolvidos envolve a obrigação de reduzir; no caso dos países em desenvolvimento, envolve a adoção progressiva de compromissos em caráter compulsório.
“Esses compromissos seriam estabelecidos ao longo do tempo, isso tudo tem que ser negociado, 2030, 2040, (…) de uma maneira que tudo possa ser convergente para o centro, onde todos estariam em um determinado momento do século reduzindo emissões em caráter compulsório”, disse a ministra.
Um segundo eixo apontado pela ministra, que está sendo trabalhado pelos negociadores brasileiros, é no sentido de trabalhar uma visão mais convergente em torno do Acordo de Clima Global pelos países detentores de floresta, países em desenvolvimento.
“A expectativa é que Lima possa reunir as condições dos elementos centrais de um futuro acordo que aconteceria em Paris. (…) Uma mobilização política importante para que todos cheguem bem otimistas, ou bem alimentados do ponto de vista político da necessidade de termos um acordo em Paris 2015”, considerou.
O terceiro aspecto aborda a agenda de cooperação Sul-Sul na redução de emissões e à proteção de vegetação e envolve a troca de experiências e tecnologias entre países do hemisfério localizados em áreas de floresta tropical. O Brasil buscará, em reunião com a organização do Tratado de Cooperação da Amazônia, estabelecer uma plataforma de cooperação de tecnologias de monitoramento e de políticas para coibir o desmatamento e proteger a biodiversidade.
“E a mesma coisa estamos indo para fazer com a Bacia do Congo na África, os países da Bacia do Congo, que também são detentores expressivos de florestas tropicais. Então, teríamos a mesma metodologia e espero nessa conferência concluir todas essas situações e ter à semelhança da Bacia Amazônica, a Bacia do Congo junto com o Brasil”, declarou.
A ministra concluiu destacando a liderança do Brasil no tema, ressaltando os resultados que têm sido alcançados. “A série histórica do desmatamento no Brasil mostra que nós temos nos últimos quatro anos as quatro menores taxas de desmatamento da história. (…) Estamos no caminho certo, isso dá um protagonismo, isso dá uma vontade de trabalhar mais com todo mundo, mas também dá uma responsabilidade muito grande. (…) A sociedade brasileira não tolera o desmatamento na Amazônia, a sociedade brasileira quer soluções para o clima.”
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