Reforma tributária: menos impostos, mais igualdade

Haddad e Lula trabalham por avanço na busca por justiça tributária Foto: Divulgação

Aprovado por ampla maioria na Câmara dos Deputados, sistema promete simplificar tributos e aliviar o custo de vida dos mais pobres; entenda o que muda

A Câmara dos Deputados deu um passo histórico nesta terça-feira (17) ao aprovar, por ampla maioria, o projeto de regulamentação da reforma tributária. O novo sistema de leis transformará profundamente o sistema de cobrança de impostos sobre o consumo, simplificando processos e corrigindo desigualdades históricas que penalizam os mais necessitados. A votação teve 324 votos a favor, 123 contrários e três abstenções.

A base da mudança está na substituição de tributos existentes por novos. O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) será cobrado no destino; a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) será de competência da União e o Imposto Seletivo (IS), ou “imposto do pecado”, incidirá sobre produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente. O novo modelo começará a ser implementado em 2026 e estará plenamente em vigor em 2033.

O projeto foi aprovado na Câmara após sofrer modificações na proposta inicial enviada pela casa ao Senado. Algumas dessas alterações foram incorporadas ao projeto, enquanto outras foram recusadas, como os benefícios a saneamento e a times de futebol. Agora, o texto final segue para a sanção de Lula.

Leia mais: Reforma Tributária: Reginaldo Lopes acolhe várias mudanças do Senado

O presidente, como não poderia deixar de ser, celebrou o fato. “A aprovação da regulamentação da Reforma Tributária é um marco histórico (…)  É um passo fundamental para impulsionar o desenvolvimento econômico (…) e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Esta é uma conquista coletiva, fruto de diálogo (…) e que posiciona o país em um caminho mais próspero e sustentável.”, publicou em suas redes sociais.

“Revolução”

Reginaldo Lopes, deputado federal (PT-MG) e relator da proposta – Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/24 – declarou que sua aprovação é uma “revolução”. Segundo ele, o novo modelo é mais moderno, mais justo e melhor para o Brasil. “Nos últimos 40 anos, depois da Constituição de 1988, buscamos reformar o sistema de impostos do país sobre consumo e agora estamos chegando a esta vitória. É uma reforma que corrige a distorção de cobrar imposto na origem, e não no destino.”.

Lindbergh Farias também comemorou a regulamentação. Ainda no plenário da Câmara, o deputado federal (PT-RJ) publicou um vídeo nas redes sociais explicando alguns dos avanços trazidos pela nova legislação, que incidirá sobre o consumo. E lembrou que ainda falta uma etapa muito importante, a ser votada nos próximos dias: “Vitória! (…) Agora é avançar na tributação dos ricos”.

O sistema atual de impostos é conhecido pela sua complexidade: são múltiplas regras estaduais e municipais, além de tributos que incidem de forma cumulativa, como o ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI. Essa estrutura resulta em custos elevados para empresas e consumidores, além de questionamentos judiciais intermináveis. Com a mudança, os novos IBS e a CBS serão unificados no Imposto sobre Valor Agregado (IVA), cobrando os tributos apenas no consumo final.

Redução da carga, isenção e cashback

O novo conjunto de leis acabará com gargalos e distorções hoje existentes, reduzindo a alíquota padrão para o consumo, que passará de 34,4% para 26,5%. Contudo, muitos itens terão decréscimos ainda maiores, de 30%, 40%, 60% ou até 100%. Segundo o Banco Mundial, a diminuição será mais perceptível para os 10% mais pobres da população.

Esse alívio financeiro será notado especialmente em itens essenciais. Os produtos da cesta básica nacional, assim como 383 remédios, serão totalmente isentos. Por outro lado, a cesta básica estendida – incluindo alguns queijos, mel, óleos, massas, sucos e outros – terá alíquota diminuída em 60%. Itens de higiene pessoal também terão reduções.

Leia mais: Vitória do povo brasileiro: Câmara aprova regulamentação da reforma tributária

Já o sistema de cashback, ou retorno de dinheiro, devolverá tributos pagos por famílias com renda de até meio salário mínimo per capita e presentes no Cadúnico. O sistema garante o reembolso dos impostos de contas de luz, água, esgoto, gás e telecomunicações, entre outros, beneficiando 73 milhões de brasileiros.

Transição gradual e fim da guerra fiscal

A implementação integral da reforma será gradual e se estenderá até 2033, com a total transição para os novos impostos e a eliminação dos antigos. A CBS começará a ser cobrada em 2027, enquanto o IBS será introduzido a partir de 2029. Durante esse período, um comitê gestor dividirá as receitas entre estados e municípios, garantindo equilíbrio na arrecadação.

O fim da guerra fiscal é outro ponto-chave. Os estados não poderão mais oferecer incentivos especiais para atrair empresas, como ocorre hoje, mas contarão com o Fundo de Compensação de Benefícios e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, criados para reduzir as desigualdades entre as regiões.

Mais repercussões

“A reforma é boa. O modelo é muito melhor do que o temos atualmente, se bem que pior do que atualmente é impossível. Mas é muito melhor, mais moderno e não cumulativo, ou seja, fica cobrando em cada etapa o mesmo tributo, o que encarece o produto final”, afirmou o jornalista Valdo Cruz, na Globonews. Ele lembra também que o consumidor agora saberá exatamente quanto pagará de imposto.

Leia mais: Histórico: petistas comemoram aprovação da Reforma Tributária, após 30 anos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a aprovação “aumenta o PIB potencial, aumenta expectativas para o futuro”. O líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), lembrou que a nova lei traz justiça tributária, pois “diminui tributação e alíquota sobre diversos produtos e serviços”.

Já o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou em suas redes sociais que a casa entrega “uma mudança profunda e transformadora para o Brasil, que trará impactos significativos para a sociedade e a economia do país”.

A regulamentação da reforma tributária é um marco histórico que promete trazer mais simplicidade e justiça ao sistema fiscal. Além de simplificar tributos, as medidas estabelecem bases sólidas para o desenvolvimento econômico e a redução de desigualdades regionais e sociais. E são capazes de promover uma profunda mudança no tecido social brasileiro.

PTNacional

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100