A partir de janeiro de 2025, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) assume a presidência do Parlamento do Mercosul (Parlasul), o órgão legislativo dos países que compõem o Mercado Comum do Sul, o Mercosul. Em entrevista ao programa Jornal PT Brasil, exibido pela TvPT, o parlamentar petista falou sobre os desafios que deverão ser enfrentados na condução do Mercosul a partir do próximo ano, quando devem ser priorizados os acordos comerciais, principalmente o do bloco do Cone Sul com a União Europeia.
“Primeiro a gente precisa consolidar a nossa reflexão como bloco, porque obviamente nós estamos habituados a defender os nossos países. No princípio, essa ideia de bloco tinha muitas resistências e ainda tem”, assinalou Chinaglia.
Assista à íntegra do programa Jornal PT Brasil, com a entrevista de Arlindo Chinaglia (PT-SP), exibida pela TvPT
PIB do Mercosul e da UE
Durante sua entrevista, Chinaglia destacou a importância dos dados econômicos dos cinco países do Mercosul e os da União Europeia. Lembrou que, juntos, o Produto Interno Bruto (soma de todos bens e serviços ) é de 23 trilhões de dólares (cerca de 138 trilhões de reais), envolvendo uma população de 700 milhões de habitantes.
Arlindo Chinaglia informou que o Parlasul acompanhou de perto as negociações com os europeus. “Eu propus uma comissão temporária de acompanhamento desse acordo, nós fomos para a Bélgica e fizemos mais de 15 reuniões em apenas três dias lá. Portanto, nós acabamos contribuindo para o sucesso do acordo, pois os parlamentares europeus, obviamente, defendem o lado deles, e nós o nosso. Então foi um debate com enfrentamento de ideias e de dados importantes para que a negociação ocorresse”, afirmou.
Peso econômico do Brasil
Chinaglia comentou também que além da necessidade de se pensar como bloco com seus parceiros do Mercosul, o Brasil deve priorizar seus setores estratégicos.
“Nós temos que priorizar os setores estratégicos, como o agroalimentar e o automotivo, os recursos naturais que nós temos e, muito, as novas tecnologias. Temos que fortalecer a nossa competitividade regional”, disse.
Segundo ele, o Brasil depende de novas tecnologias e tem que entrar numa outra fase para não ficar exportando apenas commodities, minérios e assim por diante. “Vejam, nós temos que criar oportunidades para empregos qualificados. Como que nós vamos fazer isso? É fácil falar, mas é muito difícil fazer. Então, tem uma proposta que nós queremos implementar, conversar com os governos, que é a integração de cadeias produtivas entre os países do bloco”, explicou ele.
Além do acordo entre o Mercosul e os países da União Europeia, o parlamentar do PT também disse que existem outros acordos comerciais muito importantes que vão requerer uma atenção especial do Parlasul durante a sua gestão.
O Parlasul foi constituído em 2006 e é integrado por 158 parlamentares e tem sede em Montevideo, capital do Uruguai. O grupo é composto por 37 parlamentares brasileiros, 26 parlamentares argentinos, 18 uruguaios, 18 paraguaios e 13 bolivianos.
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Redação PT na Câmara com PT nacional