Ferro e Luiz Couto pedem PF na apuração do assassinato de Manoel Matos

24-03-10-ferro e luiz couto-D1O líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PT-PE), e o deputado Luiz Couto (PT-PB) defenderam, nesta quarta-feira (24), em audiência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, a federalização da apuração do assassinato do ativista de direitos humanos, Manoel Matos. O advogado, morto em 24 de janeiro de 2009, em Pitimbu (PB), era vice-presidente do PT de Pernambuco.

Segundo Ferro, há um grupo de extermínio que atua impunemente na fronteira entre Pernambuco e Paraíba, responsável pela execução de mais de mais de 200 pessoas, entre elas Manoel Matos. “Estamos lidando com uma estrutura criminosa composta de bandidos, políticos, policiais, autoridades e empresários da região. Essas pessoas só serão atingidas se houver isenção e força política”, comentou o parlamentar.

Na opinião de Ferro, a investigação deve ser conduzida pela Polícia Federal, com acompanhamento do Ministério Público Federal. “Nós esperamos o deslocamento de competência e que esse caso se torne um caso emblemático”, defendeu. O pedido de federalização foi feito por entidades de direitos humanos e aguarda análise do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Luiz Couto (PT-PB) disse que o secretário de Segurança Pública da Paraíba reconheceu a existência de grupo de extermínio no estado e envolvimento de policiais. “O secretário reconheceu que tinha cerca de 40 policiais envolvidos, de soldados a coronéis. Ou se dá o processo de federalização ou não se vai desbaratar a ação desse grupo de extermínio”, sentenciou.

FRAGMENTAÇÃO – Couto estranha o fato de o processo sobre o assassinato do advogado correr lentamente na Paraíba. Segundo ele, as investigações são fragmentadas e não apontam para a real causa de sua morte, justamente a ação dos ação de grupos de extermínio. O deputado ainda denuncia que testemunhas têm sofrido represálias. O
já foi denunciado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Durante a audiência, emocionado, Ferro lembrou a trajetória de Manoel Matos, um defensor dos direitos humanos comprometido com a justiça. “Ele era um advogado militante dos direitos humanos. Era alguém que reagia, provocava a justiça e, em represália ao seu trabalho, foi assassinado covardemente. A grandeza do Manoel só pode ser aquilatado por quem o conheceu de perto”.

Manoel Matos foi autor de denúncias sobre a ação de grupos de extermínio no região Nordeste.

Benildes Rodrigues

 

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