A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, presidida pelo deputado Assis do Couto (PT-PR), quer colaborar na oitiva do soldado Antônio Waneir Pinheiro Lima. Conhecido como “camarão”, Antônio foi identificado como um dos torturadores que atuaram na Casa da Morte, no Estado do Rio de Janeiro, e também teve envolvimento no episódio conhecido como “Chacina no Parque”, ocorrido no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, às margens da antiga Estrada do Colono.
O deputado Assis informou sobre a descoberta da identidade de “camarão” no início da reunião da comissão na quarta-feira (13). “Este é um tema importante para nossa comissão e precisamos agilizar um processo de debate, somado a outros movimentos, como a comissão do Senado e a Secretaria de Direitos Humanos, para ouvir o senhor Antônio”, disse.
Assis lembrou que “camarão” é um dos últimos arquivos vivos de episódios ainda obscuros ocorridos durante o período de repressão militar. E os relatos de Antônio seriam importantíssimos para descobrir tanto o paradeiro dos corpos dos militantes assassinados no Parque Nacional do Iguaçu quanto a fatos ocorridos dentro da chamada Casa da Morte, em Petrópolis.
“Antônio era subordinado do coronel-reformado, Paulo Malhães, um especialista em tortura. Em específico sobre a Chacina no Parque, fato ocorrido na região do Paraná onde eu moro, pelos relatos e informações que chegaram até nós, apenas duas pessoas que participaram da chacina estão vivas. O motorista do veículo que levou os militantes até o parque, que hoje mora em Foz do Iguaçu e deu vários depoimentos já à Comissão Nacional da Verdade, e agora este soldado, o camarão”, discorreu o presidente.
Assessoria da comissão