Depois de Paris, Lula quer que Brasil viva nova era no esporte olímpico

"Temos que ter políticas de investimento, começando nas escolas", disse Lula, sobre o incentivo ao esporte Foto: Ricardo Stuckert

Diante de uma delegação formada por 36 atletas que competiram nos Jogos Olímpicos de Paris, o presidente Lula assumiu o compromisso de seguir trabalhando para fortalecer o esporte nacional, de modo que o Brasil possa oferecer cada vez mais condições para os atletas desenvolverem seus talentos. “Vamos marcar o dia de hoje como uma nova era na prática de esporte nesse país. Quero que o país seja fortemente apostador nessa meninada que se dedica a praticar esporte”, afirmou.

A campanha em Paris marcou o segundo melhor desempenho do Brasil em número de medalhas em Jogos Olímpicos. A delegação retornou da França com 20 pódios – três ouros, sete pratas e 10 bronzes. Todos os medalhistas são integrantes do Bolsa Atleta, o programa de patrocínio direto do Governo Federal.

O presidente foi além das demonstrações de carinho e pediu que o ministro do Esporte, André Fufuca, marque reunião com a equipe do Comitê Olímpico do Brasil, com presidentes de confederação e com os atletas. A ideia é ouvir propostas de como o Governo Federal, que já é responsável por vários programas de apoio, como o Bolsa Atleta, a Lei das Loterias e a Lei de Incentivo ao Esporte, possa ampliar ainda mais o suporte.

“É importante que a gente tire lições da participação do Brasil nas Olimpíadas. Não basta boa vontade. Temos que ter políticas de investimento começando nas escolas. E vocês, atletas, escrevam, coloquem no papel, mandem para o governo. Quem sabe são vocês, que vivem o dia a dia e se esforçam para chegar lá”, convidou Lula, que também afirmou que vai fazer um levantamento dos apoios de estatais ao esporte.

Participaram do evento, além de André Fufuca, os ministros José Múcio (Defesa), Anielle Franco (Igualdade Racial), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Laércio Portela ( Secom da Presidência) e a primeira-dama Janja, entre diversas autoridades, como a senadora Leila Barros, que foi medalhista de bronze no vôlei nos Jogos de Atlanta 1996 e Sydney 2000.

TRANSFORMAÇÃO – Integrante da categoria Pódio, a mais alta do Bolsa Atleta, a medalhista de ouro na categoria +78kg Beatriz Souza fez questão de ressaltar a importância do apoio recebido ao longo da carreira. “Posso dizer que a Bolsa Pódio transformou não só minha vida, mas a de todos aqui. É um grande investimento que a gente pode ter na carreira, na nossa vida. Nos ajuda a investir, e não somente no esporte, que é a nossa maior dedicação”, comentou. “Fazemos muitas abdicações e nossa realização é estar em os Jogos Olímpicos, representar o Brasil. Agradeço a todos os que vieram antes de mim e tenho muita honra em poder continuar escrevendo essa linda história”.

O encontro com o presidente marcou a primeira vez da judoca no Palácio do Planalto. “É a primeira vez que estou aqui, estou achando bacana a experiência. Estou vivendo muitas coisas novas, essa experiência está sendo uma delas”, comemorou a campeã olímpica.

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Quatro vezes

Ao contrário de Bia Souza, estar no Palácio do Planalto não é novidade para Caio Sena, prata em Paris na marcha atlética. Para ele, ser recebido pelo presidente é uma oportunidade para dar visibilidade ao esporte e levar ao Planalto novas ideias e discussões. “É aqui que a gente consegue discutir, falar do esporte, inspirar pessoas. É um prazer estar aqui sendo recebido pela Presidência do nosso país”, acredita Caio.

O medalhista olímpico também fez questão de ressaltar a importância que o Bolsa Atleta teve em toda sua carreira, desde o início até o pódio em Paris. “A Bolsa Atleta comecei no ano de 2007. Não tenho como falar de resultados sem falar da Bolsa Atleta. É uma parceria, essa é a palavra. Me ajudou, me trouxe aqui, sou medalhista olímpico. É um programa que acredito que é a base do nosso esporte, principalmente num esporte individual”.

Bolsa Atleta

Quem também discursou em nome dos atletas foi Edival Pontes, o Netinho, medalha de bronze em Paris no taekwondo. Assim como Bia Souza e Caio, ele fez questão de agradecer não apenas ao presidente Lula pela recepção, mas a um apoio fundamental que recebeu no início de sua carreira. “Eu acho que nem nos melhores sonhos imaginei estar aqui na presença do presidente, falar diretamente com ele. Eu acho que o sentimento é de gratidão. O Bolsa Atleta, no início da minha carreira, foi muito importante, porque precisei muito de mostrar o talento e não era tão bom de patrocínio”, frisou o medalhista olímpico.

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União

O ministro André Fufuca ressaltou que os Jogos Olímpicos, além de levar emoção ao país, serviram para que a nação se unisse em torno do esporte. “Não teve um único brasileiro que não torceu para cada atleta aqui. Recebemos não apenas guerreiros atletas, mas embaixadores da nação brasileira. Por décadas, falamos que o Brasil era a pátria do futebol. Hoje, o Brasil é a pátria do futebol, só que do futebol feminino. É a pátria do judô, da ginástica artística, do skate, do vôlei”, listou o ministro.

Mecanismo

Ao falar sobre a importância dos programas Bolsa Atleta, Lei das Loterias e Lei de Incentivo ao Esporte, o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley, destacou a importância desses mecanismos para o desenvolvimento do esporte nacional. “É um arcabouço importante de apoio do Governo Federal aos atletas, às entidades esportivas, às confederações, porque são elas realmente que fazem a coisa acontecer na base”, afirmou.

Gerações

A senadora Leila lembrou conquistas recentes em parceria com a gestão federal, como a lei de 2023 que passou a permitir que o Bolsa Atleta contemple atletas grávidas e em fase de amamentação. “Sou de uma geração que não teve Bolsa Atleta. Sou de uma geração em que a mulher não era permitida engravidar. Sou de uma geração que não existia paridade nas premiações, então é muito especial estar hoje no Congresso Nacional ajudando a travar essas batalhas”, disse.

Medalhas

O Brasil conquistou 20 medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris, a segunda melhor marca da história. Foram três ouros, sete pratas e dez bronzes, que colocaram o país no 20º lugar do quadro de medalhas. Pelo total de pódios, o Brasil terminou em 12º.

Mulheres

Na França, a delegação fez história com as mulheres, encerrou jejuns e conquistou medalhas inéditas. Pela primeira vez, elas superaram os homens em número de atletas e pela primeira vez conquistaram mais medalhas. Das 20, 12 foram em competições femininas, além de uma por equipes mistas, no judô. Os homens conquistaram sete.

A participação das mulheres brasileiras foi ainda mais expressiva porque elas conquistaram todos os três ouros. Beatriz Souza, na categoria acima de 78 kg do judô, foi a primeira. Depois, Rebeca Andrade se tornou a maior medalhista olímpica brasileira de todos os tempos (seis pódios) ao fechar a participação no solo da ginástica artística com o ouro. Já Duda e Ana Patrícia quebraram um jejum de 28 anos no vôlei de praia feminino e levaram o Brasil novamente ao topo do pódio.

A primeira-dama Janja da Silva enfatizou o orgulho que sentiu pelo desempenho da delegação feminina: “Vocês fizeram uma Olimpíada excepcional. Eu fico arrepiada. Eu disse na Casa Brasil que todos que estavam nos Jogos já eram vitoriosos. Com medalha, sem medalha, todos são, mas acho que a vitória das meninas, das mulheres nessa Olimpíada, foi excepcional”, ressaltou.

Onipresença

 Todas as conquistas do país em Paris tiveram a marca do Bolsa Atleta. O programa está na trajetória de 100% dos brasileiros premiados. Além de onipresente entre os medalhistas, o Bolsa Atleta também apoiou a grande maioria da delegação brasileira em Paris. Levando em conta o edital mais recente, de 2024, 241 dos 276 atletas que representaram o Brasil na capital francesa fazem parte do programa, um percentual de 87,3%. Em 27 das 39 modalidades em que o país foi representado, 100% dos atletas integram atualmente o programa de patrocínio direto do Ministério do Esporte.

 

PT Nacional, com Site do Planalto

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