O deputado Edson Santos (PT-RJ) ocupou a Tribuna nesta quarta-feira (15) para manifestar repúdio
ao que chamou de “ataque sórdido e covarde das Organizações Globo” contra seu mandato como parlamentar federal. De acordo com o petista, o jornal O Globo, “historicamente ligado aos setores mais elitizados da sociedade”, publicou reportagem sobre o desempenho dos atuais deputados federais e “rotulou quem presta e quem não presta no Congresso”. Segundo o deputado, o jornal “desqualificou quem pensa e age de forma diferente na política”, disse.
Edson Santos rebateu reportagem do jornal que, de acordo com ele, classificou seu trabalho parlamentar como pouco produtivo. “Um mandato não se faz apenas em plenário. A reportagem afirmou que estive ausente a 29% das sessões da Câmara. Desconsiderou que cumpria missões oficiais aos Estados Unidos, ao Irã, a Angola, à China e à base brasileira na Antártida, além de diligências da Subcomissão da Copa do Mundo às cidades sedes do Mundial e outras viagens realizadas em função de relatoria de projetos e de minha atuação como Presidente da Frente Parlamentar da Indústria Naval”, disse.
O deputado do PT reiterou que seu mandato popular é de luta e de compromisso com a classe trabalhadora. Ele fez um resumo do seu trabalho nesta legislatura. “Durante os 4 anos de mandato, o foco de nossa participação foi a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, palco de grandes embates entre governo e oposição. Relatei sete propostas de fiscalização e controle (PFCs) e propus outras 10. A reportagem do jornal O Globo, no entanto, rotula nosso trabalho como pouco produtivo pelo fato de termos relatado poucos projetos de lei”, disse.
Em outras comissões, acrescentou o deputado Edson Santos, “ também relatei projetos de grande importância para o Legislativo, como a MP das medidas tributárias para as Olimpíadas de 2016, o projeto de criação da estatal Amazul, responsável pelo desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro e a Lei Geral das Antenas, fundamental para a implantação da tecnologia 4G no Brasil. Também atuei como Vice-Presidente da Comissão Especial dos Terrenos de Marinha, como titular da Comissão Especial do Estatuto das Metrópoles e como titular da Comissão Especial do Código de Ciência, Tecnologia e Inovação”.
Edson Santos disse ainda que durante o mandato atuou como vice-líder da bancada do PT e Presidente das Frentes Parlamentares de Amizade e Cooperação com os Países Africanos e de Políticas em Prol dos Taxistas, além de ter participado do Núcleo de Parlamentares Negros do PT, que organiza e define, no âmbito da bancada, as pautas e proposições prioritárias para a promoção da igualdade racial.
“Dentre os projetos de lei apresentados, fui autor do PL que acrescenta dispositivo à CLT para garantir estabilidade no emprego ao trabalhador portador de doença grave; do PL conhecido como Lei dos Mestres, que institui o Programa de Proteção e Promoção dos Mestres das Culturas Populares; e coautor do Vale Cultura”, informou o petista.
O deputado lembrou que seu mandato incomoda as organizações Globo “pela atuação em defesa da permanência da bicentenária comunidade do Horto Florestal, no litígio fundiário que opõe os moradores à atual administração do Jardim Botânico e à alta burguesia da Zona Sul do Rio de Janeiro”.
O parlamentar petista defendeu ainda a aprovação de um Marco Regulatório da Mídia para evitar os excessos. “Nunca nos intimidamos com os ataques da imprensa. E agora, mesmo sem mandato, por compreendermos a urgência deste debate para o aperfeiçoamento da democracia no Brasil, vamos intensificar a luta pela democratização dos meios de comunicação no país. Cabe à mídia informar para que as pessoas possam formar suas opiniões. E não buscar forjar estas opiniões conforme o pensamento dos veículos e de seus donos. E, como determina a Constituição, cabe ao Poder Legislativo zelar pela multiplicidade de vozes no espectro público das telecomunicações e, ainda, evitar a formação de monopólios, oligopólios e cartéis”, enfatizou o deputado Edson Santos.
Gizele Benitz
