Os deputados Luiz Alberto (PT-BA) e Carlos Zarattini (PT-SP) avaliaram nesta semana a informação do presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, acerca da expansão da produção de petróleo no pré-sal e do retorno desse crescimento para o setor.
Segundo o empresário, o aumento na produção dobrará para 20%, até 2020, a participação da indústria de petróleo e gás no Produto Interno Bruto (PIB) e levará a indústria naval e offshore (exploração em alto mar) brasileira a faturar em torno de US$ 17 bilhões por ano no período.
Augusto Mendonça afirmou que “a fotografia atual vislumbra um futuro promissor para a indústria naval e para o setor de petróleo no País”. Completou ainda que a garantia de tudo isso é o tamanho da reserva no pré-sal, que, segundo ele, “coloca o Brasil entre as cinco ou seis maiores reservas do mundo”. Ele fez questão de ressaltar que o petróleo responde por cerca de 95% da indústria naval nacional, e a maior parte está relacionada à exploração em alto mar (offshore).
Para o deputado Luiz Alberto, a afirmação do presidente da Abenav está sustentada na perspectiva apontada no Plano de Negócio da Petrobras para os próximos 10 anos. De acordo com o petista, entre as empresas de relacionamentos industriais, estão dezenas de estaleiros e canteiros de obras navais em toda a costa brasileira.
Luiz Alberto apontou também que, dentre as obras a serem construídas em estaleiros do País até 2020, estão 38 plataformas de produção, 28 sondas de perfuração marítima, 49 navios-tanque e 568 embarcações de apoio. Ele lembrou que houve investimento no desenvolvimento de profissionais para a indústria naval e offshore.
“As metas estabelecidas no plano de negócio promoveram uma alavancagem na indústria naval brasileira com o aumento de produção de petróleo do pré-sal previsto para esse período”, avaliou Luiz Alberto.
Já o deputado Carlos Zarattini destacou a exigência de conteúdo local (política de se produzir no País os insumos para Petrobras) como ponto preponderante para o desenvolvimento da indústria naval. “A decisão do nosso governo em exigir que as compras da Petrobras fossem feitas, preferencialmente, em indústrias Nacional ampliou o parque industrial nesse setor”, frisou. Com essa medida, explicou Zarattini, a Petrobras passou a comprar aqui no Brasil produtos que antes eram adquiridos lá fora.
Competitividade – A indústria naval engloba três segmentos: a fabricação de navios, a fabricação de embarcações de apoio à produção e a construção de plataformas de perfuração e produção. O presidente da Abenav disse que o grande desafio da indústria naval e offshore é a competitividade.
“Temos que fazer com que a nossa indústria tenha competitividade internacional”. De acordo com ele, o volume de encomendas no Brasil é suficiente para desenvolver a indústria em base competitiva. “Ou seja, quando alguém, amanhã, pensar em comprar uma plataforma, com certeza vai querer comprar no Brasil”, ressaltou.
Carteira – Augusto Mendonça revelou que a carteira atual de encomendas dos estaleiros brasileiros inclui 373 embarcações. Ele destacou ainda, a construção, até 2020, de 90 plataformas de produção, que vão entrar em operação até 2025. Isso, segundo ele, significa US$ 120 bilhões. “É um número pequeno de unidades, mas tem valor agregado enorme para o País”, declarou.
Benildes Rodrigues com Agências